Reunidos no Luxemburgo, os ministros das Finanças da Zona Euro dizem-se prontos a multar o governo italiano por défice excessivo, mas garantem que ainda é possível evitar o pior cenário.
O Eurogrupo apela à coligação populista de direita para que faça uma revisão do orçamento. Bruxelas considera que a despesa prevista pelo governo italiano vai fazer disparar a dívida. A divergência sobre o orçamento não nova, mas, para a União Europeia, ainda pode ser corrigida.
"Estamos prontos para o caso de ser necessário avançar para um procedimento por défice excessivo e estamos dentro do prazo," assegura Pierre Moscovici, o Comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, acrescentando que na reunião desta quinta-feira foi dado "mais um passo que confirma que o apoio dos ministros" à decisão da Comissão. Para Bruxelas, o cenário "ainda é evitável e todos querem evitá-lo."
O Eurogrupo teme que uma derrapagem nas contas italianas afunde toda a economia da Zona Euro. Moscovici violtou a dizer que está disponível a analisar novos números.
Nas contas de Bruxelas, a dívida italiana arrisca alcançar um novo recorde: 133,7% da riqueza produzida em 2019 e 135,7% em 2020. Um valor muito além dos 60% fixados pelas regras europeias.
O ministro italiano das Finanças defendeu-se dizendo que Roma quer negociar a meta do défice. Giovanni Tria insiste que o país não precisa de medidas corretivas.