Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 10 Jul (Reuters) - O dólar fechou em baixa nesta segunda-feira, engatando a segunda queda consecutiva e voltando ao patamar de 3,25 reais, após o Banco Central retomar suas atuações no mercado de câmbio, sem tirar do foco o cenário político, embora os investidores continuem apostando na continuidade da atual política econômica com foco nas reformas.
O dólar BRBY recuou 0,61 por cento, a 3,2595 reais na venda, depois de bater 3,2578 reais na mínima do dia e acumulando perda de 1,18 por cento nos dois pregões. O dólar futuro DOLc1 tinha queda de cerca de 0,70 por cento no final da tarde.
"Ao não retirar liquidez do mercado, o BC auxilia na manutenção das taxas pouco abaixo de 3,30 reais", afirmou a corretora Fair em relatório.
O BC anunciou para esta sessão o início da rolagem do vencimento de agosto de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares. Neste primeiro leilão, vendeu a oferta integral de até 8,3 mil contratos, rolando 415 milhões de dólares do total de 6,181 bilhões de dólares.
Se mantiver esse volume até o final do mês, o BC deverá rolar o vencimento integralmente, a exemplo do que fez nos três últimos meses. investidores também trabalharam atentos ao cenário político doméstico. O foco nesta sessão era a leitura do parecer do relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer por crime de corrupção passiva.
"Embora não tenha o poder de derrubar a mesma, a CCJ tem o poder de impor um viés acerca das expectativas do governo e do mercado para a votação da denúncia", destacou a corretora H.Commcor em relatório.
Notícias têm indicado que cresce a articulação política para que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assuma o comando do país no lugar de Temer.
"E, para o mercado, cresce a percepção de que Maia pode fazer avançar as reformas, que empacaram com a crise", afirmou o gestor de uma corretora local ao citar a calmaria no mercado de câmbio nesta sessão.
De forma geral, o mercado financeiro já precificou o cenário de que, com ou sem Temer, a atual política econômica continuará e com foco nas reformas, sobretudo a da Previdência, considerada essencial para o controle das contas públicas. (Edição de Patrícia Duarte)