Por Arshad Mohammed e Jonathan Landay e Warren Strobel
WASHINGTON, 3 Mar (Reuters) - Steven Mnuchin, secretário do Tesouro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou a primeira reunião com a cúpula do Governo, no mês passado, para dizer aos seus assessores que não irá tolerar fugas de informação para os meios de comunicação social, disseram fontes.
Autoridades referiram que o acesso a um sistema de computador confidencial da Casa Branca foi restringido a alguns políticos, para evitar que funcionários vejam os memorandos que estão a ser preparados para o novo presidente.
No Departamento de Segurança Interna, autoridades disseram à Reuters que temem que esteja em curso uma caça às bruxas para detectar o responsável pela fuga de informação de um esboço do relatório de segurança que mostra poucas provas de que os cidadãos de sete países de maioria muçulmana, que foram alvo de um decreto presidencial de Trump, representem uma ameaça aos EUA.
Tal rigor está a alimentar a paranóia entre os funcionários públicos de Washington, segundo os quais as restrições parecem concebidas para tentar limitar o fluxo de informações dentro e fora do Governo e impedir que as autoridades conversem com os media sobre tópicos que poderão resultar em notícias negativas.
Algumas reportagens sobre a disfunção governamental enfureceram Trump ao longo das suas poucas semanas no cargo. Trump descreveu os meios de comunicação como "mentirosos", "corruptos" e "o inimigo do povo americano".
Numa conferência de imprensa a 16 de Fevereiro, Trump disse que "as fugas de informação são absolutamente reais, a notícia é falsa" e pediu ao Departamento de Justiça para analisar as fugas de "informações confidenciais que foram dadas ilegalmente" a jornalistas.
Naquele que pode ser o esforço mais visível para conter as fugas de informação, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, exigiu que alguns assessores entregassem os seus telemóveis para que se verificasse ligações ou mensagens de texto a jornalistas, relatou o site Politico no Domingo. (Traduzido por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)