BRUXELAS/WASHINGTON, 5 Jun (Reuters) - Os Estados Unidos estão a pressionar os aliados europeus a preparar mais batalhões, navios e aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) para o combate, disseram responsáveis, numa nova tentativa de reforçar a dissuasão da NATO contra um potencial ataque russo.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, vai procurar obter um amplo acordo para o plano em Bruxelas na quinta-feira, quando os ministros da Defesa da Aliança Atlântica se reunirem, preparando o terreno para o apoio dos líderes da NATO em Julho, disseram à Reuters funcionários e diplomatas da NATO.
O plano exige que a NATO tenha 30 batalhões terrestres, 30 esquadrilhas de combate aéreo e 30 navios da Marinha como 'destroyers', prontos para serem utilizados até 30 dias depois de serem colocados em alerta, embora a proposta não discuta números específicos de tropas ou um prazo para a instalação da estratégia.
A dimensão dos batalhões varia em toda a NATO, de 600 a 1.000 soldados.
Isto representa um desafio para os governos europeus, criticados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por reduzirem os gastos militares após a Guerra Fria, para remediar problemas de longo-prazo com helicópteros e jactos que não podem voar por falta de peças.
"Temos um adversário (a Rússia) que SE pode mover rapidamente para os países bálticos e para a Polónia num ataque terrestre", disse um alto diplomata da NATO que foi informado sobre os planos dos EUA.
"Não nos podemos dar ao luxo de levar meses a mobilizar-nos", disse o diplomata, dizendo que a ideia dos EUA é conhecida como 30-30-30-30.
Um responsável dos EUA disse que a iniciativa visa principalmente combater a Rússia e encaixar-se na Estratégia Nacional de Defesa de 2018, do Pentágono, que acusa Moscovo de tentar "quebrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte".
Os jogos de guerra da Rússia no ano passado, envolvendo o que autoridades ocidentais disseram ser 100 mil soldados, também provocaram preocupações sobre conflitos acidentais que poderiam ser desencadeados por tais exercícios, ou qualquer incursão em regiões de língua russa nos países bálticos.
O Kremlin rejeita firmemente quaisquer objectivos e diz que é a NATO, que é a ameaça à segurança na Europa Oriental.
Melindrados por Moscovo com a tomada da Criméia pela Rússia em 2014 e sua intervenção na guerra da Síria em 2015, os Estados Unidos desconfiam da mensagem pública do Kremlin e querem estar prontos para qualquer eventualidade.
Texto integral em inglês: de Robin Emmott e Idrees Ali, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdynia Newsroom; eDITADO POR sÉRGIO gONÇALVES EM lISBOA)