Por Shrikesh Laxmidas
LISBOA, 7 Out (Reuters) - O Governo quer chegar ao final do ano com 450 milhões de euros (ME) de financiamento às empresas via fundos europeus, que são cruciais para impulsionar o deprimido investimento, numa altura de contenção orçamental e ainda difícil acesso ao crédito bancário, disse o Primeiro-Ministro, António Costa.
"Os fundos comunitários são uma alavanca absolutamente essencial (para o investimento)", disse, numa conferência.
"Num contexto em que o Estado, as autarquias têm poucos recursos próprios, em que as exigências de consolidação das finanças públicas não permitem ir além daquilo que é a nossa capacidade, em que o contexto de financiamento bancário não é particularmente favorável, os recursos que podemos ter todos como garantidos e certos, para investir, são os comunitários".
António Costa frisou que tem "como prioridade a aceleração da execução dos fundos comunitários", lembrando que "há um ano atrás tinham sido disponibilizados às empresas 4 ME" apenas.
"Por isso fixamos o objectivo de 100 ME em 100 dias. Hoje já atingimos os 300 ME, e continuamos a trabalhar para que cheguemos ao final do ano cumprindo a meta de termos 450 ME financiados às empresas", disse.
A queda do investimento tem travado o crescimento económico português este ano, levando Costa a admitir na semana passada que o expansão será ligeiramente acima dos 1 pct, face à meta inicial de 1,8 pct e aos 1,6 pct de 2015.
O Banco de Portugal (BP) reviu hoje em baixa duas décimas a sua estimativa do crescimento do PIB português em 2016, sobretudo devido à queda do investimento, prevendo agora uma expansão de 1,1 pct. P4N19T04F
Segundo o banco central, a revisão deve-se sobretudo à Formação Bruta de Capital Fixo (FBCB), que deverá ter uma queda de 1,8 pct em 2016, quando em Junho o banco central estimava que crescesse 0,1 pct e contra 3,9 pct em 2015.
O Parlamento Europeu começou a discutir esta semana uma eventual suspensão de fundos estruturais a Portugal e Espanha, por terem tido défices públicos excessivos em 2015, medida que Costa disse seria injusta e contraproducente. vezes entristecemo-nos com algumas decisões da Comissão Europeia, mas é também importante nunca esquecer o contributo essencial que a União Europeia (UE) tem dado, ao longo destes 30 anos em que somos membros, para o nosso desenvolvimento", adiantou hoje o Primeiro-Ministro.
Explicou que esse contributo serve para Portugal prosseguir a trajectória de desenvolvimento e retomar a convergência com a UE.
(Editado por Sérgio Gonçalves)