LISBOA, 10 Mai (Reuters) - Portugal colocou 1.250 milhões de euros (ME) de 'bonds' a 5 e a 10 anos, com as taxas em forte queda, capitalizando a percepção de menor risco da República com a melhoria da economia, descida do défice e desvanecer do perigo de desmembramento da zona euro após a eleição de Emmanuel Macron para Presidente de França.
O montante indicativo era entre 1.000 e 1.250 ME.
O Tesouro colocou 632 ME a dez anos, com a taxa a fixar-se nos 3,386 pct, enquanto a cinco anos fez uma colocação de 618 ME a 1,828 pct.
Estas taxas saíram bem abaixo das 'yields' de 3,95 a 10 anos e de 2,174 pct a cinco anos nas últimas operações comparáveis este ano.
Na colocação de hoje a 10 anos, a procura excedeu a oferta em 1,92 vezes e na emissão a cinco anos o rácio 'bid-to-cover' situou-se em 2,03 vezes.
A 'yield' das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 3,41 pct, a descer quatro pontos base face à última sessão e próxima de mínimos desde Novembro de 2016.
A 21 de Abril, a canadiana DBRS manteve a notação de Portugal em grau de investimento BBB (low) com perspectiva estável, alertando que o país ainda enfrenta significativos desafios como o elevado endividamento público e das empresas, e o baixo potencial de crescimento. agência de 'rating' continua a ser a única das quatro maiores que coloca Portugal em 'investment grade', permitindo o acesso do país ao programa de compra da sua dívida pelo Banco Central Europeu (BCE).
Para tal, Portugal precisa de receber grau de investimento de pelo menos uma das quatro principais agências de rating. Moody's, Fitch e Standard&Poor's atribuem grau 'lixo', ou especulativo, à dívida de longo prazo de Portugal.
Portugal prevê cortar o défice para 1,5 pct em 2017, de 2 pct em 2016, projectando uma expansão de 1,8 pct do Produto Interno Bruto, de 1,4 pct no ano passado.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)