LISBOA, 4 Out (Reuters) - O Presidente da República acredita que a execução orçamental de Portugal em Setembro poderá surpreender pela positiva do lado da receita e que o país vai atingir a meta imposta por Bruxelas de um défice inferior a 2,5 pct em 2016.
"Vale a pena esperar uns dias até se saber a receita fiscal do mês de Setembro. Talvez possa ser uma surpresa boa, no sentido que permitam atingir o que acredito: que o défice vai ficar em 2,5 pct", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.
"Se assim for, é sinal que as receitas fiscais em Setembro e espero que em Outubro, Novembro e Dezembro irão crescer. Como as despesas estão muito contidas, vai dar para manter os 2,5 pct.
Não estou, nesse ponto, preocupado".
Portugal cortou em 2 pct o défice público para 3.990 milhões de euros (ME) nos primeiros oito meses do ano, melhor que o previsto no Orçamento de Estado (OE) para 2016, com a subida das receitas a sobrepor-se à das despesas.
O Governo projecta um corte do défice público para 2,2 pct do PIB este ano e a Comissão Europeia exige o cumprimento da meta de 2,5 pct.
Questionado sobre o risco do país precisar de um novo pacote de ajuda financeira, o Presidente da República respondeu: "Acho que não vai haver segundo resgate e que, além do mais, a Europa não está sequer a pensar em resgates, tem tantos outros problemas, que não está a pensar nisso", referiu o Presidente da República.
"Olhando em Portugal para o controlo do défice orçamental e para a preparação para o ano que vem, do controlo do défice orçamental, acho que não vai haver esse cenário, hipótese que é uma espécie de conversa que se tem quando não se tem outra conversa para se ter".
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)