Por Francesca Piscioneri e Steve Slater
ROMA, 7 Dez (Reuters) - O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, entregará o pedido de demissão sexta-feira, disse uma fonte do Parlamento, enquanto o presidente Sergio Mattarella procura controlar a actual crise política.
Renzi prometeu renunciar na manhã de segunda-feira, após sofrer uma derrota num referendo, mas Mattarella, cujos poderes incluem nomear o primeiro-ministro e dissolver o Parlamento, pediu que ele ficasse até à aprovação do orçamento de 2017, o que ocorreu numa votação parlamentar esta quarta-feira.
A razão para a renúncia de Renzi ter sido adiada até sexta-feira não ficou clara, mas Mattarella quer que o Parlamento apresente um novo projeto de lei eleitoral antes da realização de qualquer nova eleição, segundo uma fonte próxima ao presidente. Tal medida deve adiar qualquer votação até pelo menos março de 2017.
Itália não tem eleições parlamentares antes de 2018, mas há um consenso crescente entre os líderes dos partidos para que sejam realizadas um ano antes. O ministro do Interior, Angelino Alfano, chefe de um pequeno grupo de centro-direita, afirmou que deve acontecer em fevereiro.
Enquanto isso, Itália ainda procura uma forma de sustentar os seus bancos carregados de malparado, especialmente o Monte dei Paschi di Siena, o terceiro maior banco italiano, o que pode exigir o envolvimento do Estado.
Ainda nesta quarta-feira, os altos executivos do Partido Democrata, de Renzi, reunir-se-ão para elaborar uma estratégia. Renzi ainda é líder do partido, que tem o maior número de parlamentares, por isso é improvável que qualquer novo governo seja formado sem o seu apoio. (Reportagem adicional de Isla Binnie; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; Editado em português por Daniel Alvarenga)