LISBOA, 29 Set (Reuters) - O impasse político em Espanha, que dura há nove meses, intensificou-se após a liderança do Partido Socialista (PSOE), principal partido da oposição, ter ficado dividida, com 17 membros séniores a demitirem-se para tentar derrubar o líder e evitar uma terceira eleição legislativa que seria difícil vencer.
Um impasse entre os socialistas, liderados por Pedro Sanchez, e o conservador Partido Popular (PP) - que ganhou a maioria dos votos, mas ficou aquém de uma maioria, em duas eleições inconclusivas - tem frustrado repetidas tentativas para formar Governo.
Ontem, 17 dos 38 membros do comité executivo do PSOE demitiram-se e pediram Sanchez para deixar a liderança do partido.
Com o país em contagem descendente para uma eventual terceira eleição em Dezembro, os rebeldes socialistas querem derrubar Sanchez e procuram formas de quebrar o impasse, incluindo uma eventual abstenção num voto de confiança para deixar o Primeiro-Ministro Mariano Rajoy permanecer no poder.
Em Agosto, Sanchez optou por não viabilizar um governo minoritário liderado por Rajoy, cujo partido ele acusa de ser corrupto e comprometido com políticas de austeridade.
Os 'rebeldes' do PSOE agora exigem que o comité, que é o orgáo administrativo máximo do partido, seja dissolvido, dando lugar a uma liderança interina, com um novo congresso a escolher um novo líder nas próximas semanas.
(Reportagem de Angus Berwick e Blanca Rodriguez, Traduzido por Shrikesh Laxmidas; Editado em português por Sérgio Gonçalves)