Por John Walcott e Steve Holland
WASHINGTON, 14 Fev (Reuters) - Um oficial superior da Marinha dos Estados Unidos que serviu sob a tutela de James Mattis, secretário de Defesa do presidente norte-americano, Donald Trump, é o favorito para substituir Michael Flynn após o conselheiro de segurança nacional ter renunciado devido à pressão causada pelas suas conversas com um diplomata russo, disseram duas autoridades dos EUA.
O vice-almirante Robert Harward, que foi vice-comandante do Comando Central dos EUA sob Mattis, provavelmente irá suceder a Flynn, disseram os funcionários, falando sob condição de anonimato, enquanto a Casa Branca corre para conter a repercussão da saída abrupta de um dos principais assessores do presidente.
Flynn demitiu-se no final de segunda-feira por causa das revelações de que debateu as sanções de seu país à Rússia com o embaixador russo nos EUA antes de Trump tomar posse, uma acção possivelmente ilegal, e por ter enganado o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, a respeito das conversas.
A partida de Flynn ocorre depois de dias de especulações segundo as quais ele poderia ser forçado a sair.
O general aposentado do Exército e ex-funcionário de inteligência demitiu-se horas depois de uma reportagem referir que o Departamento de Justiça alertou a Casa Branca semanas atrás de que ele poderia estar vulnerável a chantagens devido às suas conversas com Sergei Kislyak antes de Trump ser empossado em 20 de janeiro.
Perder o seu conselheiro de segurança nacional depois de três semanas na função é um constrangimento para o novo mandatário republicano, que fez da segurança nacional uma de suas maiores prioridades.
Trump, um empresário rico, jamais havia exercido um cargo público, e as suas primeiras semanas no Salão Oval vêm sendo marcadas por tropeços e polémicas, em particular o decreto que impôs uma proibição temporária à entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA.
Flynn, apoiante desde a primeira hora de Trump, era grande defensor de uma postura mais branda com o presidente russo, Vladimir Putin, e a sua saída do cargo pode prejudicar os esforços do seu agora ex-chefe para amenizar as relações com Moscovo.
As agressões da Rússia na Ucrânia e na Síria e a oposição dos republicanos no Congresso à remoção de sanções a Moscovo tornam qualquer tentativa de aproximação de Putin por parte de Washington problemática.
(Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)