LISBOA, 27 Mar (Reuters) - O Caixa Banco de Investimento (BI) prevê que o lucro da REN RENE.LS tenha caído 13,1 pct para 101 milhões de euros (ME) em 2016, penalizado pela comparação com um período em que obteve mais-valias 'one off' e pelo novo enquadramento regulatório com taxas de remuneração inferiores.
O EBITDA, lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações, terá descido 4 pct para 472 ME.
"A performance do EBITDA foi negativamente afetada por: mais-valia registada em 2015 ao nível do EBITDA após a venda da participação da REN no capital da Enagás; e novo enquadramento regulatório para os ativos de gás natural em vigor desde 1 de Julho com uma taxa de remuneração inferior", explicou Helena Barbosa, analista do CaixaBI.
Esta taxa de remuneração recuou de 7,4 pct no quarto trimestre de 2015 para 6,1 pct no quarto trimestre de 2016.
A REN apresenta resultados 31 de Março, após o fecho de Bolsa.
"Como é habitual não prevemos surpresas nos resultados da REN considerando o perfil regulado da empresa. Salientamos que aos preços atuais a REN apresenta uma dividend yield de 6,4 pct, a mais elevada do setor", disse Helena Barbosa.
A analista sublinhou ainda a penalização da comparação do lucro causada pela anulação de uma provisão para impostos de 9,9 ME registada em 2015 e que justifica a subida de cerca de 24 pct prevista para a linha de impostos.
"Em 2016 no segmento de eletricidade as taxas de remuneração dos ativos deverão ter permanecido relativamente estáveis face a 2015. Estimamos que a remuneração do RAB-'Regulatory asset base' tenha subido ligeiramente em 2016 pelo que a queda do EBITDA é sobretudo devido aos efeitos não recorrentes mencionados", referiu Helena Barbosa.
Os encargos financeiros líquidos deverão ter diminuir, mantendo a tendência positiva verificada ao longo do ano, devido à queda do custo médio da dívida, segundo esta casa de investimento.
Nota: Esta recomendação de investimento foi distribuída hoje aos clientes do CaixaBI.
O leitor deve consultar este documento de research integralmente, nomeadamente quanto ao 'disclaimer', solicitando-o à casa de investimento que o elaborou.
(Por Daniel Alvarenga)