Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 10 Mar (Reuters) - Estrategistas do BTG Pactual (SA:BBTG99) avaliam que as empresas brasileiras listadas na bolsa paulista estão em melhor forma para enfrentar uma crise do que poucos anos atrás, menos alavancadas e com margens líquidas maiores, de acordo com relatório a clientes.
Os estrategistas ressaltam, porém, que não esperam um impacto econômico prolongado oriundo de epidemia do novo coronavírus.
Carlos Sequeira e Osni Carfi observam que, desde 2015, as companhias brasileiras listadas reduziram bastante os respectivos endividamentos. "Nós estimamos que elas terminaram 2019 com uma relação dívida líquida/Ebitda de 1,8 vez, contra 2,9 vezes em 2015, e nós esperamos que a desalavancagem continue em 2020", notaram.
"Da mesma forma, elas agora são muito mais lucrativos do que alguns anos atrás. De acordo com nosso modelo, as margens líquidas aumentaram para 12,9% em 2019, ante 10,7% em 2016", acrescentaram.
Dito isto, a equipe do BTG ressalta que as ações de empresas excessivamente alavancadas tendem a ser mais voláteis, especialmente em tempos de incerteza. "Empresas de setores com vendas mais resilientes e previsíveis, como serviços públicos, infraestrutura ou imóveis comerciais, podem lidar confortavelmente com maior alavancagem (2,2 a 2,5 vezes)."
Outros setores alavancados, mas cujas vendas podem oscilar mais, incluem papel e celulose (4,6 vezes) e companhias aéreas (2,5 vezes). (Edição Alberto Alerigi Jr.)