O governo italiano anunciou que os pagamentos das hipotecas serão suspensos para minimizar as consequências das restrições impostas, a nível nacional, na terceira maior economia da Zona Euro. A decisão de Roma é uma forma de ajudar as empresas e as famílias a resistir ao bloqueio total.
Os países da zona euro não devem ter uma dívida pública superior a 60% do PIB. Em Itália, já atingiu os 134%.
Numa altura em que o governo está a gastar milhões de euros para tentar deter a pandemia, qual será o impacto económico?
Sasha Vakulina - falou sobre estas questões com Salvatore Falco, do serviço italiano da Euronews.
Sasha Vakulina -O governo suspendeu o pagamento de hipotecas e introduziu incentivos fiscais para ajudar as pessoas e as empresas a lidar com o bloqueio. Que impacto poderá ter esta medida na economia italiana e no sistema bancário do país?
euronews
Salvatore Falco - Roma já pôs em cima da mesa 25 mil milhões de euros mas não é suficiente. A crise tem impacto sobre a economia real. E uma vez que se espalha pela economia real, o sistema bancário italiano estará sob pressão. Apesar das melhorias feitas nos últimos anos sobre os empréstimos não rentáveis, será quase impossível atingir o objetivo do BCE de 5% até 2021.
De volta ao governo, neste momento, a perda é imprevisível. Precisamos de um orçamento extra para desafiar tudo isto, muito além do limite europeu de 3% acima do PIB.
Sasha Vakulina - Bruxelas diz que está pronta para mostrar "flexibilidade" neste caso em particular. Quais serão as consequências?
Salvatore Falco - As consequências serão sentidas em toda a Europa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, quando apresentou o fundo de 25 mil milhões para o emprego, sistemas de saúde e pequenas e médias empresas, disse que a Europa usará "todos os meios à sua disposição contra esta tempestade". Na minha opinião, a Comissão terá a mesma abordagem que teve para a França durante o protesto dos coletes amarelos.