A rápida propagação da variante Delta do novo coronavírus e a reintrodução de restrições de viagens e sociais estão a preocupar os economistas pois temem que o crescimento económico previsto para a Europa desacelere.
O levantamento de grande parte das medidas de confinamento, em quase todo o Velho Continente levou, nos últimos meses, a um aumento da atividade empresarial, das vendas a retalho e da confiança das famílias, o que fez com que muitos economistas revissem em alta o crescimento europeu previsto para este ano.
No entanto, agora, este crescimento económico parece estar a ser posto em causa devido ao rápido aumento, dos últimos dias, de novos casos de infeções pela variante Delta da Covid-19.
Na semana passada, a Comissão Europeia reviu em alta as previsões de crescimento da União Europeia, em 2021, para 4,8%, após uma contração recorde de 6,2% no ano passado. Bruxelas previa a mais rápida expansão observada desde 1976 e significaria que a economia dos 27 recuperaria o seu nível de produção pré-pandémico até ao final deste ano. No entanto, isso só seria possível se não fossem introduzidas novas restrições e as economias reabrissem por completo.
Na sexta-feira, Alemanha e França advertiram os seus cidadãos contra as viagens a Espanha, onde a taxa de infeção pelo novo coronavírus ultrapassou Portugal, tornando-se na mais elevada da Europa continental. Um duro golpe para o setor turístico ibérico.
A porta-voz do Governo espanhol, Maria de Jesús Montero, afirmou que "É muito importante para nós que sejamos capazes de preservar as chegadas turísticas durante os meses de agosto e setembro, e o resto do mês de julho. Portanto, estamos a trabalhar bilateralmente com todos aqueles países onde pode haver algum tipo de preocupação."
Entretanto, Portugal anunciou que os turistas devem ter a vacinação completa, ter recuperado do vírus ou fazerem um teste à entrada de qualquer hotel ou restaurante nacional.
"Em todos os alojamentos turísticos, será necessário um teste negativo ou certificado de vacinação para entrar. Esta medida aumenta a segurança. É verdade que não restringe a atividade económica, mas aumenta a segurança, e esse é o princípio que rege as nossas medidas", afirmou a ministra portuguesa de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Os Países Baixos informaram que reintroduziriam restrições a restaurantes, bares, cafés, discotecas e eventos ao vivo - apenas duas semanas após o seu levantamento - devido a um aumento de mais de dez vezes na taxa de infeção diária no país.
Chipre reintroduziu, também, regras sobre o número de pessoas permitidas em hotéis e locais de entretenimento, após ver a sua taxa diária de infeção pela Covid-19 a atingir o nível elevado deste ano.