O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que a Europa terá uma recuperação "em forma de V mais equitativa, verde, inteligente e resiliente", mas isso só será possível sob certas condições, sobretudo uma vacinação mais rápida. Se o ritmo de vacinação acelerar, o crescimento da Europa vai ser de 4,5% este ano. Mas e se não acelerar?
Para responder a esta e outras questões a editora de Economia da Euronews, Sasha Vakulina, entrevistou o diretor do Departamento Europeu do FMI, Alfred Kammer.
Euronews: Até que ponto se a vacinação não acelerar isso pode adiar a recuperação e o crescimento?
Alfred Kammer: Esperamos que as metas de vacinação sejam realmente atingidas. Assistimos a um começo lento no início do ano na Europa, mas agora está a acelerar rapidamente. E esperamos que as metas estabelecidas pelos países europeus possam ser cumpridas. Portanto, acreditamos nesta fase, que esta previsão é - neste sentido - robusta.
Dito isto, há uma enorme incerteza no sentido de que precisamos lidar com a terceira vaga agora e depende de quanto tempo isso demora. Não sabemos o que vai acontecer com as mutações, não sabemos o que vai acontecer com a aceitação da vacina. Ainda são muitas as incógnitas
E: Houve muitas medidas de apoio ao emprego em toda a Europa e, no pico, protegeram 68 milhões de postos de trabalho. Mas, ao mesmo tempo, perderam-se muitos postos de trabalho e não foram recuperados...
AK: Precisamos de mudar os apoios e ajudar os trabalhadores a mudar de uns empregos para os outros, de setores em declínio para setores em expansão. Isso pode exigir subsídios de contratação, oferecidos pelos governos, que exigirão nova formação e requalificação e investimento privado.
O investimento privado estava a cair durante a crise e precisamos ter um incentivo para fazer voltar o investimento privado.