Uma manobra de estabilização que saiu furada. A cartada da Arábia Saudita de baixar o preço do barril a valores recorde está a influenciar o mundo inteiro e a colocar a Rússia numa posição de destaque no setor.
Os 27 dólares por barril, cerca de 24 euros, afetam o mundo inteiro, em espeical os países produtores, como é o caso de Angola.
A euronews falou com José Santos, economista e especialista em gestão de Produção de hidrocarbonetos e Comercialização, que acredita que, com a diminuição do preço por barril, Angola vai atingir o "PIB dos bombeiros".
"Vamos assitir a um PIB chamado o 'PIB dos bombeiros, como quem diz, o PIB da imprevisibilidade, o que obrigará a ajustamentos em baixa.", admite José Santos.
Para este especialista, a dúvida que se impõe agora é a eficácia da OPEP.
"Se chegamos ao extremo de nem poder ajustar os preços de produção - que é o único instrumento ecnonómico com o qual podem trabalhar - fico sem saber qual é o papel desta organização, agora.", diz o especialista angolano.
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O governo russo já veio admitir poder vir a aumentar a produção em 500 mil barris por dia num futuro próximo, um aumento que faz estremecer a Arábia Saudita, que vê a Rússia, aliada do Irão e da Síria, a crescer em terreno outrora comandado pelo Médio Oriente.
A Arábia Saudita, líder não oficial da OPEP, Organização dos Países Exportadores de Petróleo, tinha decidido diminuir a produção diária para fazer face à queda dos preços devido ao surto de COVID-19. A Rússia não 'embarcou' na ideia e manteve a produção. Como resposta, os sauditas decidiram abrir as torneiras e baixar o preço do barril, o que resultou na maior queda do preço do petróleo desde a primeira Guerra do Golfo.