A pandemia deixou consequências económicas “desastrosas”, sem precedentes e com efeitos a longo prazo. O alerta da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) faz parte do relatório com as previsões mundiais, divulgado esta quarta-feira.
A OCDE prevê para 2020 uma recessão da economia mundial de, pelo menos, 6,0% e aponta como os países europeus mais afetados: França, Itália e Reino Unido.
A organização inclui dois cenários "prováveis nas projeções". Em relação ao mais negativo, que assume uma segunda vaga da pandemia até ao final deste ano, o PIB mundial pode registar uma quebra de 7,6% e arrastar para a recessão a maioria dos países.
Em declarações à Euronews, o secretário-geral da OCDE defendeu um futuro com mais integração. Lembrou que os sistemas de saúde não são da responsabilidade da Comissão Europeia mas de cada um dos países e que há diferentes políticas e diferentes formas de ler os números e de reagir aos números. Para Angel Gurria, a União Europeia tem conseguido "uma abordagem bastante estável e generalizada".
Para a OCDE, o mundo enfrenta a maior crise sanitária e económica desde a Segunda Guerra mundial e vão ser precisas políticas extraordinárias para atingir o equilíbrio e começar a recuperação económica.
PortugalEm relação a Portugal, e se houver uma segunda onda de contágios, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico admite que a economia possa cair 11,3% em 2020 e que o desemprego aumente para 13%. Neste cenário, a OCDE antecipa uma retoma lenta e a possibilidade de serem necessárias medidas de apoio adicionais.
No cenário macroeconómico que acompanha a proposta de Orçamento Suplementar para 2020, o governo português aponta para uma contracção do PIB de 6,9% em 2020.