* Eleições municipais dão força a governo federal
* Mercado aposta em aprovação mais rápida de medidas
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 3 Out (Reuters) - O dólar ampliou a queda ante o real nesta segunda-feira e cedia mais de 1 por cento, influenciado por algum ingresso de recursos de estrangeiros em meio ao otimismo gerado pelo resultado das eleições municipais de domingo.
Às 15:51, o dólar BRBY recuava 1,09 por cento, a 3,2164 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar marcou 3,2150 reais e, na máxima, 3,2517 reais. O dólar futuro DOLc1 cedia 1,23 por cento esta tarde.
Algum ingresso por parte de estrangeiros contribuíram para o recuo mais forte do dólar pela tarde. Com menor giro, menos negócios potencializaram a trajetória de baixa.
"O grande vencedor dessas eleições foi o PSDB, por ter triunfado em São Paulo, abrindo espaço para o governador Geraldo Alckmin ser o nome de consenso em 2018. Quando migra de Aécio Neves para Alckmin, traz alívio ao mercado, já que o mineiro pode ter algumas complicações nas investigações em curso daqui para a frente", avaliou o superintendente Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Nas eleições de domingo, pela primeira vez desde que foi instaurado o segundo turno um prefeito foi eleito em primeiro turno em São Paulo. João Doria, afilhado político de Alckmin, venceu a disputa. eleições podem levar o governo federal a acelerar a votação das medidas de ajuste fiscal no Congresso, entre elas, a PEC do teto fiscal.
"O resultado das eleições...criou uma leitura de que a votação do ajuste fiscal deve ter consenso", comentou um operador sênior de uma corretora nacional.
A expectativa é de que a Proposta de Emenda à Constituição que limita os gastos públicos seja aprovada pela comissão especial da Câmara ainda nesta semana, para ser votada pelo plenário da Casa dias 10 e 11.
As medidas de ajuste fiscal são um dos três fatores que o Banco Central observa com atenção para se decidir por um corte da taxa Selic, atualmente em 14,25 por cento ao ano.
O exterior também tem um clima mais favorável ao recuo do dólar ante outras divisas emergentes e contribui para o movimento baixista deste início de trimestre.
"Circularam no final de semana rumores de que o acordo do Deutsche Bank com o Departamento de Justiça norte-americano ainda não tinha sido alcançado, o que seria um fator de estresse. Mas hoje é feriado na Alemanha e o mercado resolveu deixar para digerir isso depois", disse Silva, da Correparti.
O Banco Central vendeu nesta segunda-feira o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso --equivalente à compra futura de moeda. (Por Claudia Violante; Edição de Camila Moreira)