* PEC do teto dos gastos será votada nesta 3ª no Senado
* BC faz leilão de linha com oferta de até US$4,2 bilhões
* Fed anuncia na 4ª-feira decisão sobre juros nos EUA
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 13 Dez (Reuters) - O dólar recuava ante o real nesta terça-feira, dando continuidade ao movimento dos últimos seis pregões, com algum fluxo de entrada, enquanto o mercado monitorava a sessão do Senado que votará a PEC do teto dos gastos e aguardava o desfecho do encontro de política monetária do Federal Reserve, banco central norte-americano, no dia seguinte.
Às 11:52, o dólar BRBY recuava 0,38 por cento, a 3,3328 reais na venda, depois de acumular queda de 3,66 por cento nos seis pregões anteriores e ir abaixo de 3,35 reais. O dólar futuro DOLc1 tinha queda de cerca de 0,10 por cento. dólar subiu na abertura de olho no exterior e com algumas compras de importadores. Aí começou a ter algum fluxo de entrada", comentou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.
Na máxima do dia, o dólar chegou a 3,3658 reais.
O mercado, no entanto, continuava cauteloso, de olho na votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos. O Senado já havia iniciado nesta manhã a votação, em meio a fortes turbulências políticas que atingiram o governo do presidente Michel Temer. No primeiro turno, a PEC, considerada pela equipe econômica como essencial para o reequilíbrio das contas públicas e retomada do crescimento, foi aprovada por 61 votos a 14.
"Acho que não há nenhuma dúvida de que a PEC vai passar hoje, mas é importante que o governo sustente o placar de votos do primeiro turno", comentou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
O cenário político estava mais sensível após o vazamento da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho, que citou recursos repassados a líderes peemedebistas, incluindo Temer, o ministro Eliseu Padilha, o secretário Moreira Franco, entre outros.
O dólar recuava também nesta sessão pelo leilão de venda de dólares com compromisso de recompra anunciado pelo BC, para esta tarde, de até 4,2 bilhões de dólares para rolagem dos contratos que vencem em janeiro.
"Pode-se ler essa antecipação (da rolagem) como uma forma de prover hedge/liquidez ao mercado em um dia de cautela e tensão com a questão do ajuste fiscal nacional em fase crítica", comentou a corretora H.Commcor em relatório a clientes.
Normalmente, o BC anuncia leilões de linha para rolagem no final do mês. A autoridade monetária encerrou na véspera a rolagem dos swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- de janeiro, de 5 bilhões de dólares. O próximo lote vence em 1º de fevereiro, correspondente a 6,431 bilhões de dólares. No total, o estoque total de swaps tradicionais está em torno de 26,6 bilhões de dólares, segundo dados do BC.
No cenário externo, o clima também era de cautela um dia antes da reunião do Fed, com ampla expectativa de que os juros voltarão a subir. Agora, os investidores querem saber se o banco central norte-americano passará a promover aumentos maiores nas taxas após a eleição de Donald Trump à Presidência do país.
Há temores de que sua política econômica seja inflacionária, o que obrigaria o Fed a ser mais agressivo em sua política de juros.
(Edição de Patrícia Duarte)