(Texto reescrito para atualizar cotações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 1 Mar (Reuters) - O dólar mostrava volatilidade nesta segunda-feira, chegando a zerar perdas no fim da manhã em sintonia com algum ganho de tração da divisa no exterior. O real tinha desempenho mais fraco que seus pares emergentes, evidência das fragilidades idiossincráticas da moeda brasileira.
Às 12:17, o dólar BRBY recuava 0,47%, a 5,5763 reais na venda, após oscilar entre alta de 0,15% e queda de 0,68%.
O índice do dólar frente a uma cesta de moedas de países ricos =USD subia 0,2% ante o fechamento de sexta, após chegar a cair 0,25% nesta sessão.
Entre emergentes, a lira turca TRY= saltava 2,5%, o peso mexicano MXN= subia 1,1%, o rand sul-africano ZAR= ganhava 0,9%, e o rublo russo RUB= apreciava 0,8%.
Nesta segunda-feira, o mercado de títulos nos EUA se acalmava, com os rendimentos dos Treasuries de dez anos US10YT=RR caindo ante máximas recentes, aliviando temporariamente temores de que os principais bancos centrais possam apertar suas políticas monetárias diante de riscos inflacionários.
Enquanto isso, a atenção dos investidores também se voltava para perspectivas de aprovação de mais 1,9 trilhão de dólares em estímulo econômico nos Estados Unidos, à medida que o pacote do presidente Joe Biden segue para o Senado.
"A alta dos juros dos títulos públicos nos países centrais fez uma pausa nesta segunda, abrindo espaço para recuperação dos índices de ações e dos preços das commodities", escreveram analistas da XP Investimentos em nota matinal.
"Bancos Centrais nos EUA, Europa e Ásia vêm reforçando que não pretendem reverter os estímulos monetários tão cedo. Os fundamentos para os juros mais elevados, contudo, continuam valendo, especialmente nos EUA, onde Biden segue pressionando por seu pacote (...), mesmo com a economia recuperando e as boas notícias da vacina (...)", completaram.
No Brasil, investidores acompanhavam com cautela as perspectivas para as contas públicas, em meio às discussões de mais ajuda financeira para a população vulnerável afetada pela pandemia.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta segunda-feira que o auxílio emergencial será pago até junho deste ano, em parcelas mensais de 250 reais, apesar de a Proposta de Emenda à Constituição que inclui o pagamento, a chamada PEC Emergencial, não ter ainda acordo para ir à votação. meio a resistências a contrapartidas à PEC, a leitura do parecer ocorrerá na terça-feira, depois de ter sido agendada anteriormente para quinta-feira passada.
"O governo age para evitar novas desidratações e, no limite, para que senadores não decidam votar apenas a parte que permite a implementação do benefício, sem as contrapartidas fiscais", escreveu a XP sobre o andamento da PEC Emergencial.
O dólar fechou a última sessão em alta de 1,67%, a 5,6017 reais na venda, encerrando o mês de fevereiro com valorização de 2,25%. (Edição de Camila Moreira e José de Castro)