Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 26 Abr (Reuters) - O dólar subia 1 por cento nesta quarta-feira, encostando em 3,18 reais, acompanhando o cenário externo e em meio à preocupação dos investidores com o andamento das reformas no Brasil, em especial a da Previdência, após o governo do presidente Michel Temer sofrer uma derrota no Congresso Nacional.
Às 10:50, o dólar tinha alta de 0,98 por cento, a 3,1825 reais, já tendo chegado a 3,1836 reais na máxima do dia. O dólar futuro DOLc1 tinha alta de 1,1 por cento.
"Os prometidos cortes de impostos nos EUA devem impulsionar a economia norte-americana e favoreciam os ganhos do dólar em nível global", afirmou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Investimentos, Vitor Miziara.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, confirmou nesta manhã que o imposto para as empresas será reduzido para 15 por cento e que o detalhamento das medidas acontecerá nesta quarta-feira. medidas podem gerar mais inflação nos Estados Unidos e levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a aumentar as taxas de juros no país além do esperado, alimentando o potencial de atração de recursos hoje aplicados em outras praças, como a brasileira.
Atualmente, o mercado precifica mais duas altas de juros nos Estados Unidos neste ano.
O dólar subia ante uma cesta de moedas .DXY e ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano ZAR= e os pesos mexicano MXN= e chileno CLP= .
No cenário interno, a alta do dólar vinha também das preocupações dos investidores com a aprovação da reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem, sobretudo depois do revés na votação do projeto de socorro fiscal a Estados endividados.
Na noite passada, a Câmara dos Deputados aprovou destaque ao projeto de socorro fiscal para Estados superendividados que retira a exigência de os entes participantes do regime de recuperação aumentarem para 14 por cento a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores estaduais, impondo uma derrota ao governo.
"O risco político ganhou incremento com a derrota parcial do governo, o que também reforça a demanda pela divisa norte-americana", informou a corretora Lerosa Investimentos em relatório.
O Banco Central realiza nesta sessão novo leilão de até 16 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares-- para rolagem dos contratos que vencem em maio. (Edição de Patrícia Duarte)