* Fluxo de regularização de ativos pressiona moeda para baixo
* BC anuncia que não rolará integralmente swap cambial de novembro
* Proximidade de R$3,10 dispara ordens de compra
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 25 Out (Reuters) - O dólar inverteu o rumo e subia frente ao real nesta terça-feira, com movimento de ajuste diante das recentes quedas e que levou a moeda norte-americana a caminhar na direção de 3,10 reais.
Segundo operadores, no entanto, a ação de compra no final desta manhã era pontual. Ou seja, que a tendência continuava sendo de queda do dólar diante da forte entrada de recursos externos por conta da regularização de recursos brasileiros lá foram.
Às 11:30, o dólar BRBY avançava 0,30 por cento, a 3,1301 reais na venda, depois de bater em 3,1078 reais na mínima do dia. O dólar futuro subia cerca de 0,15 por cento nesta manhã.
"A tendência ainda é de baixa (do dólar), mas os preços atraíram compradores", comentou o operador de uma corretora nacional, ressaltando que o comportamento da moeda norte-americana no exterior também influenciava a alta aqui.
A expectativa de fluxo positivo vinha com a proximidade do fim do prazo para a regularização de ativos brasileiros no exterior, no próximo dia 31. Segundo o último balanço divulgado pela Receita Federal, até a manhã de segunda-feira, havia sido registrado o pagamento de 33,1 bilhões de reais em imposto e multas decorrentes da regularização do total de 110,5 bilhões de reais em ativos.
Nesta sessão, a pressão sobre o dólar também vinha do anúncio, feito na noite passada pelo Banco Central, de que não rolará integralmente os swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares, com vencimento em 1º de novembro.
Segundo a assessoria de imprensa do BC, tinham sido rolados até a véspera 50 mil contratos desses swaps, equivalente a 2,5 bilhões de dólares, mas ainda restavam cerca de 3,150 bilhões de dólares (63 mil contratos).
Nesta manhã, o BC fez leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, vendendo o lote integral de 5 mil contratos, dos quais, no entanto, o vencimento de 1º de novembro respondeu por 3,9 mil. BC pode diminuir uma parte desses contratos nos próximos leilões de swap reverso ou até mesmo se concentrar em outros vencimentos.
"Quando o BC não alonga a posição, o mercado tem de decidir o que fará com ela. Se migra para o futuro, spot (à vista), operações estruturadas ou até mesmo se eleva a demanda no mercado de linha", comentou Machado. (Edição de Patrícia Duarte)