SÃO PAULO, 13 Mar (Reuters) - O dólar tinha leves oscilações ante o real nesta segunda-feira, com os investidores trabalhando em compasso de espera pela decisão de política monetária nos Estados Unidos nesta semana, mas sem abandonar a cena política local.
Às 10:03, o dólar BRBY avançava 0,22 por cento, a 3,1504 reais na venda, depois de ter fechado a sexta-feira novamente abaixo de 3,15 reais. O dólar futuro DOLc1 exibia leve alta de 0,3 por cento.
"O mercado deve ficar meio enjaulado..., no aguardo de notícias para tomar decisões", comentou o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, anuncia na quarta-feira sua decisão sobre o futuro da política monetária do país. Pesquisa Reuters mostrou que os principais bancos de Wall Street foram quase unânimes ao afirmar que Fed vai aumentar as taxas de juros agora, após dados de emprego mais fortes do que previsto em fevereiro. dezembro, o Fed subiu a taxa de juros 0,25 ponto percentual, para a faixa de 0,50-0,75 por cento, e, por enquanto, a visão é de que mais duas outras altas venham neste ano. mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro.
No exterior, o dólar operava com leves baixas ante outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano MXN= e o rand sul-africano ZAR= .
Internamento, os investidores também estavam em compassso de espera para que a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve entregar nesta semana ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos com base nas 77 delações de executivos da Odebrecht. A lista, de acordo com fontes ouvidas pela Reuters, deve chegar a 30 pessoas com foro privilegiado e pode incluir membros do primeiro escalão do governo.
"O cenário político ganha peso no Brasil, com a divulgação da lista do Janot. Conforme citamos anteriormente, o famoso 'telhado de cristal' do governo é notório", afirmou a Infinity Asset em relatório a clientes.
Essa turbulência política aumentava o temor entre os investidores de que reformas consideradas essenciais para colocar o país em rota de crescimento novamente, como a da Previdência, possam ter problemas para aprovação no Congresso Nacional.
O Banco Central continuava fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer tipo de intervenção para esta sessão, por ora. Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a 9,711 bilhões de dólares, se fará alguma rolagem ou não. (Edição de Patrícia Duarte)