TÓQUIO, 21 Mar (Reuters) - As acções asiáticas atingiram máximos de 21 meses esta terça-feira, enquanto o dólar e os 'yields' de títulos norte-americanos estiveram numa posição defensiva, com as perspectivas de uma política menos agressiva da Reserva Federal.
O índice mais amplo da MSCI de acções da Ásia-Pacífico fora do Japão .MIAPJ0000PUS subiu 0,4 pct para os máximos de 21 meses, com os índices de Seul e Taipei .KS11 , .TWII , que incluem muitas acções de tecnologia, a atingirem os máximos de dois anos, enquanto Hang Seng de Hong Kong toque o máximo de 1 1/2 anos.
O Nikkei .N225 do Japão cai 0,34 pct, sendo pressionado pelas acções financeiras que foram prejudicadas pelos yields mais baixos nos EUA, e pelas acções das exportadoras que caíram com os ganhos do iene face ao dólar.
Enquanto as acções asiáticas têm sido apoiadas nos sinais de forte crescimento económico global, as preocupações com o proteccionismo lançaram uma sombra após os líderes financeiros das maiores economias do mundo terem abandonado a promessa de manter o comércio global livre e aberto, conformando-se com a posição dos EUA, cada vez mais proteccionista. acções de Wall Street caíram na segunda-feira, com os investidores preocupados com o facto de que o plano do presidente Donald Trump de cortar impostos e impulsionar a economia poderia levar mais tempo do que o esperado.
"Qualquer despesa orçamental do governo de Trump não chegará senão em Agosto e provavelmente muito mais tarde, então qualquer benefício económico disso só aparecerá no ano que vem", disse um 'trader' sénior de um banco europeu.
"Assim, os mercados estão a gradualmente incluir o tal nos preços, enrolando o seu 'rally' inicial após as eleições."
Embora Trump tenha prometido no início de Fevereiro de apresentar um plano orçamental "fenomenal" dentro de algumas semanas, nenhuns dados foram divulgados até agora.
"As valorizações das acções norte-americanas estão a ficar muito caras, portanto espero que o mercado seja limitado por agora, o que também significa que as acções japonesas provavelmente não vão ganhar mais", disse Tatsushi Maeno, estrategista sénior na Okasan Asset Management.
As expectativas de que a Reserva Federal terá que intensificar as subidas nas taxas para conter a pressão inflacionista do estímulo de Trump também estão a diminuir após a Fed não ter deixado nenhumas dicas sobre a aceleração no aperto de crédito na semana passada.
O presidente da Reserva Federal de Chicago, Charles Evans, reiterou essa mensagem na segunda-feira num dos primeiros comentários oficiais após a Fed ter subido as taxas na semana passada.
Ele disse que mais duas subidas nas taxas de juros este ano são prováveis, decepcionando os investidores que antecipavam que as taxas seriam aumentadas mais rapidamente.
Os comentários de Evans ajudaram a baixar os 'yields' dos 'treasuries' norte-americanos a 10 anos US10YT=RR para 2,461 pct, o seu nível mais baixo em duas semanas.
Os yields mais baixos minaram a atractividade do dólar, deixando a moeda cair para o minimo de três semanas perto dos 112,26 ienes JPY= no inicio da negociação asiática.
O euro EURO= alcançou 1,0758 dólares, perto do máximo de seis semanas de sexta-feira de 1,07825 dólares e mantendo os ganhos obtidos na semana passada após a derrota eleitoral do líder holandês da extrema-direita Geert Wilders, que aliviou os receios de um desvio populista na política europeia.
O índice do dólar face a um cabaz de seis moedas principais .DXY , =USD fica em 100,11, depois de ter tocado o mínimo de seis semanas de 100,02 na segunda-feira.
Texto integral em inglês: (Reportagem por Hideyuki Sano; traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom; Editado por Sérgio Gonçalves em Lisboa)