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Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 3 Ago (Reuters) - O dólar acelerava a alta contra o real nesta segunda-feira, superando 5,30 reais em início de semana marcado pelo foco no aumento de casos de coronavírus e nas negociações de um pacote de auxílio econômico nos Estados Unidos, enquanto os investidores aguardavam a decisão de política monetária do Banco Central do Brasil.
Às 10:44, o dólar BRBY avançava 1,51%, a 5,2971 reais na venda. Na máxima do dia, o dólar tocou 5,3075 reais, deixando para trás o movimento de estabilidade registrado no início do pregão.
O dólar futuro de maior liquidez DOLc1 tinha alta de 1,38%, a 5,3015 reais.
Um impasse no Congresso norte-americano causado por divergências entre republicanos e democratas sobre o tamanho de um pacote de auxílio preocupava investidores de todo o mundo, uma vez que a economia dos Estados Unidos está longe de uma recuperação e segue ameaçada pela alta nos casos de coronavírus no país. disso, em meio à deterioração das finanças públicas do país e à ausência de um plano crível de consolidação fiscal, a agência de classificação de risco Fitch reduziu na sexta-feira, após o fechamento dos mercados, a perspectiva para o rating dos Estados Unidos de "estável" para "negativa". mercado está olhando muito lá para fora", disse à Reuters Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest. "Você tem uma expectativa em relação ao pacote de 1 trilhão nos Estados Unidos, mas as negociações estão duras, está difícil de sair. Isso, junto com o aumento de casos de coronavírus", levanta dúvidas sobre a saúde da economia, gerando apreensão e, consequentemente, aversão a risco, acrescentou.
No exterior, diante desse cenário, o dólar era ganhador contra uma cesta de moedas fortes e também diante de pares arriscados do real, como lira turca TRY= , peso mexicano MXN= , rand sul-africano ZAR= e dólar australiano AUD= .
Enquanto isso, no Brasil, as expectativas giravam em torno da decisão de política monetária do Copom, com boa parte dos mercados esperando mais um corte residual da taxa Selic a nova mínima histórica de 2%.
Muitos analistas citam o ambiente de juros baixos como um dos principais fatores para a disparada do dólar em 2020, uma vez que reduz rendimentos locais atrelados à Selic, prejudicando o investimento estrangeiro e, consequentemente, o fluxo cambial.
"Embora boa parte do mercado espere mais um corte, encerrando o ciclo de queda de juros em 2%, o BC tem sido menos 'dovish' em suas declarações", comentou Fernanda Consorte. "Isso traz volatilidade, principalmente para a moeda."
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista havia registrado alta de 1,15%, a 5,2185 reais na venda.
O Banco Central realizará nesta segunda-feira leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021. (Edição de Camila Moreira)