(Acrescenta com mais informação)
Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 17 Mar (Reuters) - A agência de notação Standard&Poor's (S&P) reiterou a notação de longo prazo que atribui a Portugal em BB+, com perspectiva estável, ainda em terreno especulativo, apoiado pela consolidação orçamental em curso e pelo programa de compra de activos do BCE, mas alertando que o sistema bancário permanece fraco.
"As notações de Portugal foram apoiadas pela nossa visão da consolidação em curso, melhorias no perfil da maturidade da dívida, e pela posição acomodatícia do Banco Central Europeu", disse a S&P em comunicado.
Acrescentou que a notação permanece penalizada pela dívida muito elevada do sector público e privado, grande parte da qual colocada junto de não-residentes.
"Além disso, apesar do crescimento económico ter fortalecido na segunda metade de 2016, o sistema bancário permanece fraco, impedido melhorias na transmissão da política monetária", afirmou a S&P.
A S&P referiu que projecta um crescimento do Produto Interno Bruto de 1,6 pct em 2017, de 1,4 pct em 2016, abrandando depois para 1,5 pct ao longo da previsão até 2020.
"Prevemos que, sem choques externos, o crescimento das exportações acelere este ano", adiantou a agência de notação, que prevê uma contribuição de 42 pct para o PIB vindo das exportações de bens e serviços este ano, contra 29 pct há sete anos atrás.
BANCA PREOCUPA
A S&P referiu que a maioria dos bancos em Portugal estão a atravessar uma reestruturação significativa, incluindo recapitalizações, mudanças na gestão ou nos accionistas e 'downsizing' das grandes infraestuturas de operação.
"Na nossa opinião, os principais bancos ainda têm questões significativas por resolver e estão a atravessar importantes mudanças, embora progresso esteja a ser feito", afirmou a agência de rating.
"Veríamos como positivo passos das autoridades e dos bancos para reduzirem o elevado nível de activos não-performantes no balanço dos bancos, que, na nossa opinião, melhoraria as condições de crédito à economia e reforçaria o mecanismo de transmissão de política monetária".
A S&P referiu ainda que a dívida do Governo deverá permanecer elevada devido à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. (Editado por Patrícia Vicente Rua)