LISBOA, 13 Mar (Reuters) - O BBVA (MC:BBVA) reviu em alta a previsões de crescimento para a economia portuguesa para 1,7 pct em 2017, face à anterior estimativa de 1,3 pct, e acima dos 1,5 pct previstos pelo Governo, apoiado num aumento das exportações, na continuação das baixas taxas de juro e no impacto, menor que o esperado, do Brexit, anunciou o banco.
Alerta, contudo, que persiste a incerteza sobre a restruturação do sistema financeiro português, mas também sobre a sustentabilidade do aumento no consumo das famílias, dado o baixo nível da sua taxa de poupança.
"Com base nos dados disponíveis até ao momento, a BBVA Research estima que o crescimento no primeiro trimestre de 2017 se venha a situar em torno dos 0,2 pct em cadeia, abaixo do observado em trimestres anteriores", explicou o BBVA.
"Mesmo assim espera-se que no total do ano de 2017 o PIB português aumente 1,7 pct, em termos anuais, acima do previsto no passado mês de Novembro, de 1,3 pct, em linha com a tendência positiva antecipada em edições anteriores deste observatório", frisou.
O Produto Interno Bruto português cresceu 0,6 pct no quarto trimestre de 2016, face ao trimestre anterior, suportado pelo investimento que deixou de cair e teve um crescimento trimestral de 5 pct, e expandiu 2,0 pct em termos homólogos. No conjunto do ano de 2016, a economia portuguesa aumentou 1,4 pct.
Para este ano, o Goveno estima um crescimento da economia de 1,5 pct.
"Embora se perceba que alguns factores que têm apoiado o crescimento da procura interna possam ser transitórios, caso se consolide a recuperação do investimento e se mantenha o crescimento das exportações, a evolução da economia poderá continuar a surpreender em alta", referiu.
"Até 2018, espera-se que o crescimento se possa manter próximo dos 1,7 pct em termos anuais", vincou.
Realçou que "entre os fatores que apoiarão o desempenho da economia portuguesa durante os próximos trimestres encontra-se um cenário mundial que favorecerá o aumento das vendas de bens e serviços para o exterior. Além disso, alguns riscos tiveram um impacto inferior ao que previamente se estimava, por exemplo o Brexit e a incerteza sobre a política económica".
"Persiste ainda a incerteza sobre a restruturação do sistema financeiro português. Por fim, será importante determinar a sustentabilidade do aumento observado recentemente no consumo das famílias, dado o baixo nível da taxa de poupança das mesmas", sublinhou.
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)