LISBOA, 31 Jan (Reuters) - O disparo de 7 pct do Millennium bcp, já livre da volatilidade causada pela negociação dos direitos de subscrição ao aumento de capital, não foi suficiente para impedir a Bolsa de Lisboa de encerrar em baixa, acompanhando o cenário negativo da Europa e EUA, tendo os juros soberanos disparado 45 pontos no mês de Janeiro, disseram dealers.
* O índice PSI20 caiu 0,14 pct, pressionado pelas descidas de 0,44 pct da EDP (SA:ENBR3) EDP.LS e de 0,95 pct da EDP Renováveis EDPR.LS e de 0,33 pct dos CTT CTT.LS .
* A Mota-Engil MOTA.LS recuou 1,83 pct, a Corticeira Amorim CORA.LS perdeu 1,64 pct e a Navigator NVGR.LS desceu 0,53 pct.
* Pela positiva, destaque para o disparo de 6,98 pct do BCP (LS:BCP), a recuperar da forte queda de ontem, quando terminou a negociação dos direitos ao aumento de capital que tem sido uma fonte de volatilidade das acções.
"Ontem, os direitos pressionaram bastante, o que, por sua vez, também pressionou as acções do BCP. Hoje, com os títulos libertos dos direitos, assistimos a um alívio", disse Paulo Rosa, trader da GoBulling no Porto.
Acrescentou que "é de esperar talvez menos volatilidade nas próximas sessões embora quando entrarem as novas acções, com os direitos, possamos esperar inicialmente alguma pressão vendedora".
* A Sonae YSO.LS subiu 1,4 pct, a Semapa SEM.LS 0,7 pct e a REN RENE.LS 0,47 pct.
* A Jerónimo Martins JMT.LS e a Galp Energia GALP.LS encerraram estáveis em 15,655 euros e 13,62 euros, respectivamente.
* A Galp anunciou esta manhã que o seu volume de crude processado subiu 0,2 pct em termos homólogos para 28,8 milhões de barris no quarto trimestre de 2016, enquanto a margem de refinação 'benchmark' caiu 3,4 pct para 3,9 dólares por barril.
* As bolsas europeias fecharam em queda e o índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX perdeu 0,7 pct, com a banca .SX7P , as fabricantes automóveis .SXAP e as farmacêuticas .SXDP entre as maiores quedas.
* O presidente dos EUA, Donald Trump, reuniu-se esta terça-feira com presidentes-executivos de diversas farmacêuticas, tendo pedido ao sector para aumentar a produção nos Estados Unidos e diminuir os preços, prometendo acelerar o tempo de aprovação para novos remédios.
* Nos EUA, os principais índices seguem em queda, com os investidores a mostrarem-se avessos ao risco depois de uma série de grandes empresas terem divulgado resultados decepcionantes, aliado à incerteza causada pelas recentes decisões do presidente, Donald Trump. O euro eur= aprecia-se 0,9 pct para 1,0789 dólares. Este é o pior arranque de ano para a moeda norte-americana em mais de uma década, pressionada pelos comentários feitos pelo principal 'adviser' de Trump.
Peter Navarro afirmou que a Alemanha estava a usar um euro "grosseiramente subvalorizado" para ganhar vantagem sobre os EUA. No mercado secundário de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos descem 2 pontos base para 4,22 pct, mas subiram 45 pontos neste mês de Janeiro, negoceiam em máximos desde meados de 2015, reflectindo o crescente mal-estar dos investidores em relação aos riscos políticos, à inflação crescente e a um crescimento mais forte na zona euro. Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)