LISBOA, 18 Nov (Reuters) - O índice accionista português PSI20 .PSI20 cai 0,6 pct com as descidas do operador postal CTT CTT.LS e do sector energético a pesarem, enquanto os juros dos mercados de dívida soberana continuam a subir, atormentados pelas perspectivas de regresso de inflação, segundo dealers.
* Os CTT recuam 3 pct, com os investidores a recearem que percam importantes receitas com a decisão governamental da Administração Pública passar a usar o e-mail para fazer as suas notificações, em vez das actuais cartas de correio.
"Parece-me que é essa notícia (decisão) de notificações por via digital. O Estado é um grande cliente dos CTT e hoje são quase todas feitas por papel. Se os CTT perderem estas notificações têm uma perda substancial de receitas", disse Paulo Rosa, dealer da Go Bulling, no Porto.
O sector esteve ontem em destaque pela negativa após os fracos resultados do britânico Royal Mail.
* A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS cai 1,1 pct e a EDP Renováveis EDPR.LS desce 0,5 pct. A EDP lançou um processo de recompra de até 500 milhões de dólares em obrigações que se vencem em 2018 e 2019. Na banca, o Millennium bcp BCP.LS perde 1,8 pct e as acções do BPI seguem estáveis em 1,13 euros.
O índice DJ Stoxx para a banca na Europa .SX7P recua 0,92 pct e o sector financeiro de Itália .FTIT8300 contrai 4 pct, continuando a preocupar os investidores.
Ontem, o Il Sole 24 Ore ter reportado que o Unicredit (MI:CRDI), a maior instituição financeira de Itália, está a considerar fazer entre 7.000 e 8.000 milhões de euros de provisões para limpar crédito malparado, impactando todo o sector.
* Pela positiva, a telecom NOS NOS.LS ganha 0,3 pct,a Semapa SEM.LS 0,6 pct e a Pharol PHRA.LS 1,1 pct.
* O europeu STOXX 600 .STOXX cai 0,3 pct, com a banca e o sector petrolífero a penalizarem. Santander, Lloys e Societé Generale perdem mais de 1 pct, assim como a Total e a Royal Dutch Shell.
* Os juros das obrigações de Portugal a 10 anos negoceiam nos 3,8 pct, subindo três pontos base, em máximos desde Fevereiro, acompanhando o movimento de agravamento causado pela aposta que a inflação regressará sob a égide das futuras políticas proteccionistas e de investimento público de Donald Trump nos Estados Unidos. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)