BRUXELAS, 7 Dez (Reuters) - A Alemanha, França, Espanha e dez outros países da UE uniram forças para investir em processadores e tecnologias de semicondutores, chave para dispositivos ligados à Internet e processamento de dados, num esforço para alcançar os Estados Unidos e a Ásia.
A quota da Europa no mercado mundial de semicondutores de 440 mil milhões de euros (533 mil milhões de dólares) é de cerca de 10%, contando actualmente a UE com chips feitos no estrangeiro.
Esta dependência de chips e outros produtos estrangeiros tem estado sob os holofotes durante a pandemia da COVID-19.
As preocupações com a segurança em relação a alguns governos estrangeiros aumentaram também os receios de dependencia de chips estrangeiros utilizados em automóveis, equipamento médico, telemóveis e redes, bem como para a monitorização ambiental.
No início deste ano, a União Europeia concordou em atribuir 145 mil milhões de euros, o equivalente a um quinto do seu fundo de recuperação económica do vírus, para projectos digitais.
Os 13 países disseram que iriam trabalhar em conjunto para reforçar a cadeia de valor da electrónica e dos sistemas incorporados na Europa.
"Isto exigirá um esforço colectivo para reunir investimentos e coordenar acções, tanto dos intervenientes públicos como privados", afirmaram numa declaração conjunta.
O grupo irá falar com empresas para formarem alianças industriais para a investigação e investimento na concepção e fabrico de processadores e analisar o financiamento de tais projectos.
Apresentará também um esquema à escala europeia conhecido como Projecto Importante de Interesse Comum Europeu que permite o financiamento ao abrigo de regras mais brandas de auxílios estatais da UE. O grupo procurará estabelecer normas e certificação comuns para a electrónica.
Os signatários incluem a Bélgica, Croácia, Estónia, Finlândia, Grécia, Itália, Malta, Países Baixos, Portugal e Eslovénia.
"Uma abordagem colectiva pode ajudar-nos a aproveitar os nossos pontos fortes existentes e a abraçar novas oportunidades, uma vez que os chips processadores avançados desempenham um papel cada vez mais importante para a estratégia industrial e soberania digital da Europa", disse o chefe digital da UE, Thierry Breton, numa declaração.
Texto integral em inglês: Foo Yun Chee; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)