Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 29 Jan (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta terça-feira, em meio à melhora das ações da Vale VALE3.SA após perda histórica na véspera, com Cielo CIEL3.SA abrindo a temporada de balanços das empresas do Ibovespa com resultado considerado fraco e previsão de queda do lucro em 2019.
Às 11:58, o principal índice de ações da B3 .BVSP subia 1,26 por cento, a 96.644,09 pontos. O volume financeiro somava 3,74 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa caiu mais de 2 por cento, pressionado pelo tombo de 24,5 por cento da Vale, maior recuo diário da história e equivalente a uma perda de mais de 70 bilhões de reais em valor de mercado, após o rompimento de uma barragem de mineração da empresa em Brumadinho. equipe da Levante, consultoria independente de investimentos, também chama a atenção para eventos no exterior nesta semana, como a reunião de política monetária do banco central norte-americano e encontro entre autoridades dos EUA e da China sobre as relações comerciais entre ambos.
Na visão do estrategista-chefe Rafael Bevilacqua, as expectativas sobre os desdobramentos dos eventos no exterior e a ausência de grandes gatilhos no plano doméstico corroboram uma sessão mais positiva para os ativos locais.
Em Wall Street, os futuros acionários sinalizavam uma abertura positiva, mesma trajetória verificada em bolsas na Europa e nos preços do petróleo no exterior.
DESTAQUES
- VALE VALE3.SA subia 4,15 por cento, a 44,14 reais, após despencar 24,5 por cento na véspera, maior queda diária da história dos papéis, na esteira da tragédia com o rompimento de uma barragem da empresa. Para analistas do Santander Brasil, contudo, ainda há muitas incertezas com relação ao impacto financeiro potencial do desastre. O Bradesco BBI cortou o preço-alvo das ações em 25 por cento, para 15 dólares no caso dos ADRs e 53 reais no caso dos papéis negociados na B3. PETROBRAS PN PETR4.SA e PETROBRAS ON PETR3.SA avançavam 1,9 e 2,5 por cento, respectivamente, tendo de pano de fundo a alta do petróleo no exterior e comentários do secretário de Privatizações do governo federal, Salim Mattar, no sentido de vender todas as subsidiárias da petrolífera e outras companhias de controle estatal.
- ELETROBRAS ON ELET3.SA e ELETROBRAS PNB ELET6.SA valorizavam-se 7,9 e 6,6 por cento, também endossadas pelos comentários de Mattar em evento em São Paulo nesta terça-feira, que afirmou ainda que a elétrica será privatizada por meio de aumento de capital. BANCO DO BRASIL BBAS3.SA tinha alta de 0,9 por cento, influenciado também por perspectivas de vendas de suas subsidiárias após os comentários do secretário de Privatizações, que citou nominalmente a BBDTVM como uma das potenciais vendas. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA cedia 0,34 por cento, BRADESCO PN BBDC4.SA tinha acréscimo de 0,9 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA subia 1,2 por cento, com dados de crédito também no radar. CIELO CIEL3.SA avançava 1,1 por cento, revertendo perdas do começo da pregão, quando chegou a cair 5,79 por cento, após a maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país estimar queda de até 30 por cento no lucro líquido em 2019, um dia depois de divulgar queda de 30,6 por cento no lucro do último trimestre de 2018. RUMO RAIL3.SA cedia 1,3 por cento, após alta nos três pregões anteriores, com ganho no período de mais de 6 por cento, tendo fechado na véspera na máxima desde dezembro de 2014.
- MRV MRVE3.SA caía 1,3 por cento, tendo no radar reportagem do jornal Valor Econômico de que empresas conseguiram emplacar, em segunda instância, uma nova tese contra a cobrança do adicional de 10 por cento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O FGTS é a principal fonte de financiamento habitacional.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)