(Texto atualizado com dados oficiais de fechamento e mais informações)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 11 Jul (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, pressionado pelo viés negativo nos mercados globais, após os EUA ameaçarem implementar mais tarifas sobre importações chinesas, reavivando os temores que tinham arrefecido nos últimos pregões sobre uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O principal índice da bolsa paulista .BVSP encerrou em baixa de 0,62 por cento, a 74.398 pontos. O volume financeiro somou 9,9 bilhões de reais.
O governo norte-americano anunciou na véspera decisão de impor tarifas sobre o equivalente a mais 200 bilhões de dólares em importações da China. Pequim acusou os EUA de intimidação e alertou que vai responder, inclusive por meio de "medidas qualitativas". Ibovespa tocou a mínima da sessão no meio da tarde, com queda de 0,89 por cento, acompanhando a deterioração nos mercados externos, com o petróleo Brent LCOc1 chegando a cair mais de 7 por cento no pior momento e o índice acionário S&P 500 .SPX atingindo o menor patamar da sessão.
No fechamento, o S&P 500 registrou queda de 0,71 por cento.
"O mau humor externo ditou o rumo da Bovespa. E a questão das tarifas comerciais é o que pesou no mercado internacional", disse o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima.
Profissionais da área de renda variável citaram que a bolsa brasileira está sem liquidez, em razão do período de férias no Hemisfério Norte e manutenção de incertezas com o cenário político doméstico, enquanto a economia ainda se mostra debilitada, com uma recuperação mais lenta do que o esperado.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN PETR4.SA caiu 1,92 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA recuou 0,84 por cento, respectivamente, revertendo os ganhos do começo da sessão, em meio ao tombo dos preços do petróleo. O Brent teve a sua maior queda diária em dois anos, à medida que a escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China ameaça prejudicar a demanda de petróleo e notícias de que a Líbia reabriria seus portos aumentavam as expectativas de uma oferta crescente. Analistas do Barclays (LON:BARC) elevaram a recomendação para os ADRs (recibo de ação negociado nos EUA) da Petrobras para 'overweight' ante 'underweight', citando que o preço mais do que compensa o risco político. VALE VALE3.SA fechou em baixa de 1,35 por cento, em sessão de queda do preço do minério de ferro à vista na China .IO62-CNO=MB , pesando no Ibovespa em razão da relevante fatia que detém na composição do índice. Ações de siderúrgicas também tiveram uma sessão negativa, com CSN CSNA3.SA recuando 5,02 por cento.
- EMBRAER EMBR3.SA caiu 4,34 por cento, após decisão da companhia aérea norte-americana JetBlue JBLU.O de substituir aeronaves da fabricante brasileira em sua frota por modelos A220 da europeia Airbus AIR.PA . Investidores também seguem atentos a novas informações sobre o acordo entre a Embraer e a norte-americana Boeing (NYSE:BA) BA.N .
- SUZANO SUZB3.SA avançou 3,63 por cento e ajudou a atenuar a pressão negativa no Ibovespa, favorecida pela valorização do dólar sobre o real BRBY .
- ELETROBRAS PNB ELET6.SA e ELETROBRAS ON ELET3.SA subiram 2,17 e 2,19 por cento, respectivamente, após a Câmara dos Deputados concluir na noite de terça-feira a aprovação do projeto que viabiliza a privatização de seis distribuidoras de energia controladas pela companhia, que agora será enviado ao Senado. A alta ocorria mesmo após o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciar que o projeto de privatização da Eletrobras não será votado neste ano. ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
Para ver as maiores altas do Ibovespa, clique em .PG.BVSP
(Por Paula Arend Laier; Edição de Gabriela Mello)