Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 28 Jan (Reuters) - O principal índice de ações da bolsa paulista caía cerca de 2 por cento nesta segunda-feira, pressionado pelo tombo das ações da Vale, após tragédia envolvendo o rompimento de uma barragem de mineração da companhia na sexta-feira, que até o momento deixou 60 pessoas mortas.
Às 11:23, o Ibovespa .BVSP caía 1,96 por cento, a 95.762,09 pontos. O volume financeiro somava 4,6 bilhões de reais.
O pregão brasileiro também é marcado por ajustes ao movimento dos American Depositary Receipts (ADRs) brasileiros, recibos de ações negociados nos Estados Unidos, na última sexta-feira, quando não houve negociação na bolsa paulista em razão de feriado na cidade de São Paulo, onde está a B3 B3SA3.SA .
A equipe do BTG Pactual destacou em nota a clientes que a sessão deve ser marcada por "extrema volatilidade" na volta do fim de semana prolongado pelo feriado, recomendando cautela e destacando que o desastre em Minas Gerais afetou a confiança de todos no mercado.
O viés negativo no exterior endossava a queda do Ibovespa, que nos primeiros negócios, enquanto as ações da Vale ainda estavam em leilão, chegou a renovar recorde intradia, a 97.936,82 pontos.
Nos EUA, os futuros acionários norte-americanos sinalizavam uma abertura negativa, com previsões fracas da Caterpillar (NYSE:CAT) ampliando preocupações com a economia chinesa. As bolsas na Europa também tinham uma sessão negativa, mesmo tom do fechamento dos mercados na Ásia.
DESTAQUES
- VALE VALE3.SA desabava 17,42 por cento, a 46,37 reais, na esteira da tragédia em Brumadinho (MG) na sexta-feira, que até o momento deixou 60 pessoas mortas e mais de 300 desaparecidas. Até o momento, a empresa perdeu cerca de 51,7 bilhões de reais em valor de mercado. Analistas recomendaram em relatórios a clientes cautela com os papéis da dado o ambiente de incertezas para as ações da mineradora em razão dos potenciais desdobramentos do rompimento, mas vislumbravam efeito financeiro limitado. BRADESPAR PN BRAP4.SA holding que tem papéis da Vale em sua carteira, caía 18,5 por cento. CSN CSNA3.SA perdia 3,7 por cento, também na ponta negativa do Ibovespa, em sessão sem viés único para papéis de siderurgia e mineração. GERDAU PN GGBR4.SA cedia 0,5 por cento, e USIMINAS PNA USIM5.SA tinha queda de 0,7 por cento.
- PETROBRAS PN PETR4.SA caía 0,6 por cento, e PETROBRAS ON PETR3.SA tinha baixa de 0,1 por cento, em sessão marcada pela queda dos preços do petróleo no exterior LCOc1 CLc1 e repercussão de encontro do novo presidente da petrolífera de controle estatal, Roberto Castello Branco, com analistas na última sexta-feira, que, na visão da equipe do Santander (MC:SAN), sinalizou pragmatismo contínuo nos principais pilares estratégicos da empresa.
- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA avançava 0,8 por cento, ajudando a atenuar o efeito negativo das ações da Vale dado o relevante peso que também detém na composição do Ibovespa, seguindo acréscimo de 1,6 por cento de seus ADRs na sexta-feira. No setor, BRADESCO PN BBDC4.SA tinha alta de 0,14 por cento, mas BANCO DO BRASIL BBAS3.SA caía 0,8 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA tinha variação negativa de 0,08 por cento.
- AMBEV ABEV3.SA subia 2,9 por cento, tendo de pano de fundo o avanço de 1,1 por cento de seus ADRs na sexta-feira em Nova York. A ação negociada na bolsa paulista vinha de três pregões de baixa, período em que acumulou queda de 4,67 por cento.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)