(Texto atualizado com mais informações e dados oficiais de fechamento)
Por Gabriela Mello
SÃO PAULO, 22 Jan (Reuters) - A bolsa paulista teve a segunda queda seguida nesta terça-feira, espelhando o sentimento de aversão a risco no exterior em meio a renovadas preocupações sobre o crescimento da economia global e o impasse comercial entre Estados Unidos e China.
O Ibovespa .BVSP caiu 0,94 por cento, a 95.103,38 pontos. Na mínima, o indicador perdeu 1,4 por cento, a 94.661,91 pontos.
O giro financeiro da sessão somou 13,77 bilhões de reais.
Em 2019, o índice ainda acumula valorização de 7,9 por cento, após altas de aproximadamente 39 por cento em 2016, 27 por cento em 2017 e 15 por cento em 2018.
Segundo o analista Rafael Passos, da Guide Investimentos, os investidores aproveitaram para embolsar parte dos lucros recentes, dada a ausência de novidades sobre a reforma da Previdência e o viés mais negativo das bolsas internacionais.
"Não vejo grande gatilho para (o Ibovespa) retomar o fôlego e surfar próximo aos 100 mil pontos... Ainda ficamos à mercê do exterior", disse Passos, citando potencial para o índice sustentar o nível de 95 mil pontos.
Preocupações sobre a economia mundial recrudesceram após o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortar em 0,2 ponto a previsão do crescimento global em 2019, para 3,5 por cento. Para 2020, a expansão projetada agora é de 3,6 por cento, queda de 0,1 ponto na comparação com a estimativa anterior. manhã, expectativas para o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, limitaram as perdas. No pronunciamento, de cerca de seis minutos, o presidente voltou a falar sobre planos para reformas no Brasil, mas não deu detalhes. decorrer do pregão, as atenções se voltaram para o impasse comercial entre Pequim e Washington, após o Financial Times publicar, citando fontes, que os Estados Unidos recusaram oferta da China para diálogo preparatório uma reunião antes de negociações de alto nível na próxima semana. BRF BRFS3.SA caiu 5,02 por cento, a 23,26 reais, o pior desempenho do Ibovespa e próximo da mínima de 23,19 reais, após a notícia de que a Arábia Saudita desabilitou exportadores de carne de frango do Brasil, incluindo unidades da empresa e da JBS JBSS3.SA , que recuou 0,73 por cento. B2W BTOW3.SA cedeu 1,15 por cento e sua controladora LOJAS AMERICANAS PN LAME4.SA caiu 2,25 por cento, na esteira do anúncio de lançamento da plataforma de venda direta da gigante norte-americana Amazon.com AMZN.O no Brasil. Ainda no setor, MAGAZINE LUIZA MGLU3.SA recuou 2,96 por cento, mas VIA VAREJO VVAR3.SA subiu 2,71 por cento com relatório do Itaú BBA reiterando recomendação "outperform" para o papel.
- PETROBRAS PN PETR4.SA recuou 1,57 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA desvalorizou-se 1,5 por cento, em dia de queda dos preços internacionais do petróleo e com as atenções voltadas às articulações envolvendo a revisão do contrato da cessão onerosa.
- VALE VALE3.SA cedeu 0,36 por cento, espelhando o recuo dos contratos futuros do minério de ferro na China em meio a sinais de que o processo de reabastecimento das siderúrgicas está em fase de conclusão. ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA perdeu 0,16 por cento e BRADESCO PN BBDC4.SA recuou 0,45 por cento. SANTANDER UNIT SANB11.SA cedeu 0,21 por cento e BANCO DO BRASIL BBAS3.SA caiu 0,19 por cento.
- CARREFOUR BRASIL CRFB3.SA perdeu 2,15 por cento, após a varejista divulgar vendas consolidadas de 15,8 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 10,2 por cento ano a ano. Analistas consideraram os números positivos, mas destacaram que o crescimento é menos acelerado que o do rival Grupo Pão de Açúcar PCAR4.SA , que caiu 0,11 por cento. BRASKEM BRKM5.SA subiu 3,05 por cento, em recuperação após quedas recentes, com as atenções voltadas às movimentações da holandesa LyondellBasell LYB.N para compra da petroquímica brasileira. Na máxima do dia, chegou a avançar 7,35 por cento.
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(Edição de Aluísio Alves)