As acções do maior banco privado português Millennium bcp BCP.LS caíram 3 pct para novo mínimo histórico, penalizado pela debilidade do sector europeu, menor interesse institucional antes do fim de ano e receios de que possa ainda precisar de capital, segundo dealers.
Negociaram-se 1,5 milhões de acções do Millennium bcp a descerem 2,37 pct para 1,04 euros, após terem tocado os 1,0301 euros. O índice Stoxx para banca pan-europeia .SX7P desce 0,27 pct.
"O BCP está a fazer mínimos históricos, sendo penalizado pela descida do sector financeiro na Europa, numa semana com menos liquidez. A questão do Monte dei Paschi em Itália também não é clara e os investidores evitam o sector", disse Gualter Pacheco, 'trader' da GoBulling no Porto.
Um operador de outro 'broker', que não quis ser identificado, referiu que "o facto de haver dúvidas sobre se os bancos portugueses, nomeadamente o Millennium bcp, ainda precisarão de mais capital também justifica a descida da cotação".
* No passado dia 19 de Dezembro, a Assembleia Geral (AG) do Millennium bcp aprovou a subida do limite aos direitos de voto para 30 pct dos anterior 20 pct, como exigido pela chinesa Fosun 0656.HK que recentemente comprou 16,7 pct do capital.
* Segundo os acordos firmados com a Fosun, este grupo chinês poderá aumentar a sua participação através da compra de acções em mercado secundário ou de um novo aumento de capital especificamente dirigido a si, como ocorreu na sua entrada no capital.
* Aquando daquela votação, o CEO do Millennium bcp, Nuno Amado, disse "estão criadas as condições para o banco poder ter obviamente uma base de accionistas algo mais forte e também de apoiarem a própria evolução do banco".
"Nesse sentido, o banco analisará as consequências desta votação e, a tomar medidas que tiver que tomar, fa-lo-á seguramente rapidamente e bem, no sentido da defesa dos interesses do banco, dos seus accionistas e dos seus clientes", adiantou na altura.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)