Por Sergio Goncalves
LISBOA, 29 Nov (Reuters) - O maior banco privado português Millennium bcp BCP.LS não vai entrar em fusões e aquisições (M&A), que estão riscadas das prioridades estratégicas, e vai focar em ser mais ágil e rentável, disse Miguel Maya, Chief Executive Officer (CEO).
Os cinco maiores grupos bancários portugueses mantêm desde há décadas uma quota agregada entre 75 pct e 80 pct, mas o sistema uma rentabilidade baixa e elevados graus de concorrência em muitos segmentos. O Banco de Portugal tem vindo a alertar que a consolidação bancária vai acelerar no âmbito da União Bancária.
"(Ganhar) dimensão e consolidação são duas palavras que no meu caderno têm um risco por cima. Nenhuma delas está nas prioridades do BCP", disse Miguel Maya, numa conferência.
"(Queremos) agilidade e rentabilidade, são estas as duas preocupações. Não são a dimensão e a consolidação - não estamos nem para aí virados", acrescentou.
Adiantou que a recente aquisição pelo Millennium bank na Polónia "não foi para o banco ficar maior, mas para ficar mais perto dos clientes".
"Há uma parte da geografia onde nós não tinhamos presença e entendemos que não conseguíamos ter uma operação que fosse capaz de fazer um serviço universal aos nossos clientes, se não tivessemos essa operação", realçou Miguel Maya.
O polaco Bank Millennium MILP.WA , detido em 50,1 pct pelo maior banco privado português, recentemente chegou a acordo para adquirir o Eurobank por 428 milhões de euros (ME).
António Ramalho, CEO do Novo Banco, lembrou que o actual modelo português, "serviu um nível de consolidação que é adequado do ponto de vista de oferta de serviços".
Afirmou que a quota entre 75 pct e 80 pct controlada pelos cinco maiores grupos bancários portugueses tem mantido "uma estabilidade sustentável", mas é superior à concentração bancária em Espanha, cujo Top5 controla entre 55 pct a 60 pct.
"Comparado com outros sistemas europeus, o sistema português não compara mal do ponto de vista do nível de consolidação com outros europeus", afirmou.
"E sobretudo comparado com os bancos, com quem mais competem connosco, que são os espanhóis, compara bastante bem", disse.
Contudo, realçou que "a banca universal tem os dias contados, se não está já morta e não o reconhece".
"O que vai acontecer é que nós vamos encontrar os nossos próprios modelos de diferenciação (entre bancos)", concluiu.
(Por Sérgio Gonçalves Editado por Patrícia Vicente Rua)