LISBOA, 7 Set (Reuters) - O lucro líquido da gestora de restaurantes Ibersol IBS.LS cresceu 12,2 pct para 10,9 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2018, em termos homólogos, beneficiando da recuperação económica na Ibéria.
Realçou que, "excluindo o efeito da aplicação do IAS29, o resultado liquido seria de 10 ME, 0,3 ME superior ao período homólogo de 2017, que se traduz num crescimento de 3,1 pct".
Adiantou que o volume de negócios teve um aumento homólogo de 3,4 pct para 211,3 ME, na primeira metade de 2018, e as vendas de restauração consolidadas atingiram os 203,9 ME, o que representa um crescimento de 1,6 pct, comparativamente com os 200,7 ME no período homólogo.
"A evolução positiva do mercado da restauração na Península Ibérica - estima-se que a restauração organizada tenha crescido cerca de 6 pct e 2 pct em Portugal e Espanha, respectivamente - conjugada com os efeitos das aberturas ocorridas ao longo de 2017, contribuiram para a manutenção da tendência de crescimento da actividade durante o período", explicou.
Realçou que "este facto permitiu minimizar os impactos da importante redução do volume de negócios em Angola, provocada pela acentuada desvalorização cambial que agravou os custos sem ter sido traduzida em idêntico aumento dos preços e da redução do número de restaurantes concessionados no aeroporto de Barcelona a partir do inicio do mês de Maio".
O EBITDA cresceu 3,3 pct para 26,5 ME, "muito influenciado pela actividade em Angola, profundamente afectada pela desvalorização do kwanza angolano (cerca de 53 pct), apenas repercutida em 15 pct nos preços de venda.
A margem EBITDA foi de 12,5 pct do volume de negócios que compara com nível idêntico ao verificado no primeiro semestre de 2017 de 12,6 pct.
Os custo de financiamento liquido consolidado foi de 2,2 ME, cerca de 0,2 ME inferiores ao do primeiro semestre de 2017.
"Registe-se no entanto que no primeiro semestre de 2018, esta rubrica inclui cerca de 0,9 ME correspondente à contabilização do valor descontado das cauções prestadas em Espanha, nomeadamente as exigidas pelos contratos celebrados das novas concessões", frisou.
A Ibersol adiantou ainda que o investimento total ascendeu a 12,4 ME. Cerca de 8,7 ME representa o investimento incorrido nas novas aberturas e obras em curso e o restante na remodelação e reconversão de alguns restaurantes.
O endividamento remunerado líquido em 30 de Junho de 2018 ascendia a 78,5 ME, 4,6 ME inferior, ao valor registado no final de 2017.
PERSPECTIVAS
A Ibersol perspectiva um ligeiro abrandamento do ritmo de crescimento das vendas em Portugal, na linha do que se verificou nos últimos meses, enquanto em Espanha se prevê a manutenção dos níveis actuais, embora mais moderados.
Em Angola, a manutenção da desvalorização da moeda local poderá determinar um acréscimo de preços, de que resultará uma diminuição do consumo com a inerente queda das transações.
"A incapacidade de aumentar os preços ao ritmo da desvalorização, determinará uma diminuição da rentabilidade das nossas operações", explicou.
Acrescentou que "no seguimento dos concursos ganhos nas concessões em Espanha, é expectável que ocorram até final do ano de 2018 a abertura de 24 unidades, nos aeroportos de Barcelona, Gran Canaria e Málaga".
Frisou que "ao nível da expansão fora dos espaços concessionados, procuraremos manter a cadência do plano de expansão dos anos transactos, prevendo-se a abertura de mais de uma dezena de unidades".
(Por Patrícia Vicente Rua)