LISBOA, 1 Dez (Reuters) - O lucro da gestora de restaurantes Ibersol IBS.LS disparou 26 pct para 21,8 milhões de euros (ME) nos primeiros nove meses de 2017, apoiado no crescimento na Península Ibérica, com a retoma económica, e na compra do Eat Out Group, anunciou a empresa.
O total de proveitos operacionais disparou 86 pct para 339,7 ME. Os custos operacionais também subiram para 310,9 ME, de 159 ME há um ano.
"Na Península Ibérica, manteve-se a dinâmica de crescimento muito favorável, nomeadamente em Portugal, onde acresce o efeito da alteração da taxa de IVA da restauração a 1 de Julho de 2016, que se estima em 2,5 pct sobre as vendas acumuladas a Setembro sem EOG", sublinhou a empresa.
"Por outro lado, em Angola, a partir do segundo trimestre, verificou-se uma inversão da tendência de crescimento".
Os custos de financiamento líquido subiram para 3,67 ME, de 77.503 euros no período homólogo, quando beneficiou de um proveito não recorrente de 1,6 ME .
Durante os primeiros nove meses, a Ibersol encerrou 33 unidades, 13 próprias e 20 franquiadas.
O EBITDA, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização aumentou para 49,8 ME, de 32 ME.
"Os negócios agrupados em 'catering e concessões' com o melhor desempenho relativo, beneficiaram da realização de um elevado número de eventos de grandes dimensões e do aumento do tráfego verificado nos espaços concessionados,
O investimento total ascendeu a 20 ME, tendo sido efectuado um investimento de 2,7 ME na cozinha central em Portugal. Os restantes investimentos foram incorridos na expansão cerca de 11 ME e o restante na remodelação de restaurantes em Portugal e Espanha.
O endividamento remunerado líquido ascendeu a 80 ME, 30 ME euros inferior ao registado no final de 2016.
ANGOLA É RISCO
A Ibersol adiantou que, mantendo-se a evolução de consumo na Península Ibérica, o risco da actividade está associado à quota atribuída nos concursos para exploração de espaços concessionados.
"Em Angola, a evolução do consumo e a desvalorização do kwanza, representam as principais incertezas, apesar da reduzida dimensão do negócio do grupo neste país", indicou.
"Adicionalmente, as limitações no montante de divisas disponibilizadas pelo BNA-Banco Nacional de Angola para pagamentos ao exterior, incrementam significativamente o risco cambial da operação em Angola".
O plano de expansão traduzir-se-á na concretização da abertura de pelo menos mais sete novos restaurantes em Portugal até final do ano. No quarto trimestre e até ao momento, foi concretizada a abertura de uma loja Burger King em Gaia.
"No quarto trimestre, é de prever que se mantenha a tendência de crescimento das vendas, mantendo-se as margens, sendo que, em Portugal, os crescimentos de vendas no primeiro semestre incorporam um impacto na ordem dos 7 pct, que não se verificará no resto do ano", frisou a empresa. (Por Daniel Alvarenga)