Por Sergio Goncalves
LISBOA, 10 Jan (Reuters) - O Millennium bcp BCP.LS pediu aos supervisores chineses e europeus para abrir um escritório de representação no centro comercial nevrálgico de Xangai, visando capitalizar as competências do seu accionista chinês Fosun para estimular as exportações dos clientes empresariais para a China, disse o CEO.
O Chief Executive Officer (CEO) do Millennium bcp referiu que o maior banco privado português "iniciou um ciclo de crescimento, em que o primeiro marco foi a aquisição do banco na Polónia", Euro Bank, aguardando a autorização do supervisor europeu, mas o processo decorre de acordo com o ritmo definido.
O próximo passo dessa estratégia é "a abertura de um escritório de representação em Xangai", e o Millennium bcp já "pediu as autorizações a quem tem de pedir, na China, e ao Banco Central Europeu".
"Estamos preparados para o fazer (abrir o escritório) assim que nos for concedida a autorização. Termos um escritório em Xangai vai-nos ajudar a fazer a ponte para ajudar os nossos empresários a acederem áqueles mercados (da China)", afirmou Miguel Maya.
"Agora em Xangai, que é um ponto nevrálgico em termos de comércio, vamos passar a estar presentes, que é onde está também o nosso accionista, beneficiando do conhecimento do nosso principal accionista (Fosun)", adiantou.
Explicou que o Millennium bcp tem "um posicionamento muito claro: o comércio com a China tem vindo a crescer de forma significativa, e é muito importante para o tecido empresarial português exportar mais para a China, que é um mercado com um potencial enorme".
"E nós passámos a ter uma vantagem competitiva que é um accionista daquela região (a Fosun), que nos permite o acesso a um conjunto de entidades que podem ser úteis aos nossos clientes", afirmou o CEO.
O Millennium bcp já tem um escritório de representação em Guangzhou e uma sucursal em Macau.
Miguel Maya afirmou que o Millennium bcp, em simultâneo com o ciclo de crescimento, vai continuar também com a forte redução de Non-Performing Exposures (NPEs).
"É um objectivo assumido, cumprimos sempre tudo aquilo que apresentámos ao mercado e agora assumimos que vamos decrescer face ao valor de 2017 cerca de 60 pct. É isso que vamos fazer até ao final de 2021".
No final de 2017, os NPEs ascendiam a 6.750 milhões de euros (ME), tendo descido para 5.500 ME em Setembro de 2018. Em 2013, o valor de NPEs era cerca de 13.000 ME.
"A redução dos NPEs é uma prioridade do banco. Assumimos compromissos muito fortes de continuar o trabalho que temos vindo a fazer de redução dos NPEs, isso que a ver com a qualidade do balanço do banco", concluiu. (Por Sérgio Gonçalves Editado por Catarina Demony)