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NOVA 1-Portugal coloca 1.250 ME BTs com taxas mais negativas, 3 meses em mínimo histórico

Publicado 15.02.2017, 11:08
NOVA 1-Portugal coloca 1.250 ME BTs com taxas mais negativas, 3 meses em mínimo histórico
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(Acrescenta citações de gestores de dívida)

Por Sergio Goncalves e Patricia Vicente Rua

LISBOA, 15 Fev (Reuters) - Portugal colocou o máximo previsto de 1.250 milhões de euros (ME) de Bilhetes do Tesouro (BT) a três e a 11 meses com as taxas a entrarem em território mais negativo e a da maturidade curta a cair fortemente para um mínimo histórico, dada a grande liquidez e a falta de alternativas de investimento, segundo traders.

O IGCP-Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública colocou 250 ME de BT a três meses e 1.000 ME a 11 meses. O montante indicativo era entre 1.000 ME e 1.250 ME.

No prazo a três meses, a taxa média ponderada (TMP) fixou-se em -0,219 pct, descendo fortemente face aos -0,012 pct num leilão em Outubro; enquanto na maturidade a 11 meses, a TMP se situou em -0,096 pct versus a 'yield' média de -0,047 pct numa colocação em Janeiro.

"As taxas de curto prazo continuam pressionadas em baixa e os três meses tocaram novo mínimo histórico dado que há abundante liquidez e há falta de alternativas de investimento no mercado", disse Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa, no Porto.

Adiantou que, "neste contexto, os investidores tentam manter carteiras com posições de curto prazo e, além disso, é mais barato do que depositar dinheiro no Banco Central Europeu (BCE)".

"Os BTs continuam a ser muito apetecíveis, até porque têm muito menos risco e o facto de haver pouca confiança para comprar a mais longo prazo, leva o investidor a não se importar em sacrificar o preço", afirmou Ricardo Marques, trader de dívida da IMF-Informação de Mercados Financeiros, em Lisboa.

Realçou que, "ao contrário do que aconteceu com as Obrigações do Tesouro, Portugal continua a emitir BTs a taxas muito baixas e por isso conseguiu colocar a 11 meses mais barato do que no leilão anterior", frisando: "é visível que (o Tesouro)gostou do preço porque o grosso do volume foi para aí".

A 'yield' das obrigações do tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 4,07 pct, contra 4,05 pct no fecho da sessão anterior. O 'Bund' alemão segue nos 0,37 pct, face a 0,37 pct e a 'yield' dos US Treasuries está em 2,48 pct, de 2,47 pct no último fecho.

Na colocação de BTs em mercado primário hoje, a procura pela maturidade mais curta excedeu a oferta em 4,08 vezes contra 3,4 vezes no leilão anterior, enquanto no prazo mais longo o rácio bid-to-cover fixou em 1,92 vezes versus 1,6 vezes anteriormente.

Este leilão acontece um dia após o país ter anunciado que voltou a ter um crescimento mais forte do que a zona euro no quarto trimestre.

Ontem, em entrevista telefónica à Reuters, o ministro das Finanças referiu que o PIB de Portugal no quarto trimestre de 2016 voltou a confirmar que a economia está a caminhar na direcção certa, com a crucial recuperação do investimento, dando mais robustez ao exercício orçamental em 2017 e ao objectivo de reduzir o défice para 1,6 pct. 2017, o que perspectivamos é um exercício de rigor, e cumprir (novamente). Estou muito confiante que vamos cumprir o que nos propusemos para 2017 e, mais uma vez, credibilizar as contas públicas (portuguesas)", adiantou Mário Centeno.

Portugal cresceu em cadeia 0,6 pct no quarto trimestre de 2016, mais do que o previsto e acima dos 0,4 pct da zona euro, impulsionado pela recuperação do investimento, levando o PIB a suplantar a meta do Governo ao crescer 1,4 pct no ano passado e abrindo boas perspectivas para 2017, segundo economistas. Em termos homólogos, o PIB surpreendeu com um crescimento de 1,9 pct.

(Escrito por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

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