LISBOA, 31 Ago (Reuters) - Portugal colocou 1.000 milhões de euros (ME) de 'Bonds' a cinco e a10 anos, com a taxa do 'benchmark' de longo prazo a cair face ao leilão interior, reflectindo um contido risco soberano ajudado pelos estímulos do BCE e apesar das dúvidas de algumas agências de notação sobre a trajectória do país.
O IGCP-Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública adiantou que colocou 450 ME em OT a cinco anos e 550 ME a 10 anos. O montante indicativo global era entre 750 ME e 1.000 ME.
Na maturidade a 10 anos, a taxa 'allotment' situou-se em 3,027 pct contra 3,093 pct num leilão em 13 de Julho, enquanto a taxa dos cinco anos fixou em 1,870 pct versus 1,843 pct no leilão anterior com maturidade semelhante.
No mercado secundário, as 'yields' dos Bonds portugueses a 10 anos estão a negociar nos 3,05 pct e as dos cinco anos nos 1,93 pct.
O IGCP referiu que o rácio 'bid-to-cover' da linha a cinco anos foi 2,15 vezes face às 1,98 vezes do último leilão, e a procura excedeu 1,72 pct a oferta na colocação a 10 anos contra 1,49 pct antes.
Lisboa tem estado no foco dos investidores por causa da execução orçamental, mas a 25 de Agosto o Ministério das Finanças anunciaram o défice público foi reduzido em 10 pct para 4.980,6 milhões de euros (ME) nos primeiros sete meses do ano, melhor que o previsto no Orçamento de Estado (OE) para 2016.
Entre Janeiro e Julho de 2016, Portugal teve um excedente primário, que exclui pagamento de juros de dívida, de 316 ME, ou seja uma melhoria de 901 ME face ao mesmo período de 2015. dia anterior, a Comissária Europeia da Concorrência chegou a um acordo de princípio com Portugal para uma injeção de 5.160 milhões de euros (ME) no capital da estatal Caixa Geral de Depósitos (CGD), incluindo uma tranche directa do Estado de 2.700 ME. CGD é o maior banco de Portugal e as negociações com Bruxelas já duravam há largos meses, sendo que esta recapitalização é vista pelos analistas como um passo crucial para estabilizar o sistema financeiro português. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)