Por Heather Somerville
SÃO FRANCISCO, 20 Mar (Reuters) - O presidente do Uber Technologies UBER.UL , Jeff Jones, decidiu deixar a companhia menos de sete meses depois de ter assumido o cargo, intensificando as turbulências que rondam a empresa.
Num comunicado enviado à Reuters, Jones afirmou que não poderia continuar como presidente de um negócio com o qual não era compatível.
"Eu juntei-me à Uber por causa de sua missão, e o desafio de construir capacidades globais que ajudariam a empresa a amadurecer e prosperar no longo prazo", disse.
"Agora está claro, contudo, que as crenças e a abordagem de liderança que guiaram a minha carreira são inconsistentes com o que vi e vivenciei na Uber, e eu não posso mais continuar como presidente do negócio", acrescentou.
O papel de Jones foi colocado em dúvida, após o Uber lançar no início do mês uma procura por um presidente operacional para ajudar a empresa, ao lado do presidente-executivo, Travis Kalanick.
Jones vinha executando parte das responsabilidades de presidente operacional na empresa. Antes da Uber, ele actuou na Target TGT.N , onde foi diretor de marketing e responsável por modernizar a marca da retalhista.
"Queremos agradecer ao Jeff pelos seus seis meses na empresa e desejar-lhe tudo de melhor", disse um porta-voz do Uber por email.
Separadamente, o vice-presidente de mapas e plataforma de negócios da Uber, Brian McClendon, afirmou que planeia deixar a empresa no fim do mês para atuar em política.
"Permanecerei como consultor", disse McClendon em comunicado à Reuters. "As eleições deste outono e a actual crise orçamental no Kansas estão a motivar-me a participar plenamente na nossa democracia", afirmou.
Jones e McClendon são os últimos de uma série de executivos de alto escalão da Uber a deixar a companhia.
No mês passado, o executivo de engenharia Amit Singhal foi convidado a renunciar devido a uma alegação de assédio sexual no seu emprego anterior na Alphabet GOOGL.O , holding do Google.
No início deste mês, o vice-presidente de produtos e crescimento do Uber, Ed Baker, e o pesquisador de segurança, Charlie Miller, também saíram do grupo. (Reportagem adicional de Subrat Patnaik, em Bangalore; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; Editado em português por Patrícia Vicente Rua)