LONDRES, 28 Abr (Reuters) - As 'yields' das obrigações soberanas italianas continuaram a cair na terça-feira, reflectindo o alívio para os investidores de que o país tinha evitado uma descida do rating e tinha estabelecido planos para reabrir a economia, mesmo com os analistas a manifestarem cautela quanto às perspectivas.
A procura por dívida italiana tem vindo a aumentar desde sexta-feira, quando a agência de notação S&P manteve a notação da Itália dois níveis acima de "junk", apesar do país esperar estar entre os mais atingidos pelo coronavírus na Europa.
Desde então, o Governo italiano estabeleceu planos para uma reabertura cautelosa da economia.
O analista de taxas do banco DZ, René Albrecht, afirmou que os dois factores estavam por detrás da descida prolongada das 'yields' das obrigações italianas, mas acrescentou que a atractividade da dívida italiana para os investidores é limitada.
"Não estamos assim tão optimistas nos BTP (obrigações do Estado italiano), ainda vemos um potencial de alargamento do spread devido à dificuldade em obter um consenso na Europa sobre como ajudar os países com mais problemas", afirmou.
"E, claro, o ponto de partida de Itália antes da coronacrise foi o pior de todos os países europeus". Tinham a dívida mais elevada e o crescimento mais baixo. Por isso, é claro que há alguma cautela entre os investidores, porque se antes estavam no caminho conturbado, agora este caminho não vai ficar mais fácil".
A 'yield' das obrigações soberanas italianas a 10 anos baixou até 6 pontos base para atingir novos mínimos de duas semanas e desceu 2 pontos base no dia, em 1,74% IT10YT=RR .
O diferencial entre as 'yields' das obrigações do Tesouro alemãs e italianas a 10 anos diminuiu para o seu valor mais baixo em quase duas semanas, tendo-se situado em 218,2 pontos base, mais de 50 pontos base abaixo do valor máximo da semana passada. DE10IT10=RR .
As taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública a 10 anos em Espanha e Portugal manteve-se próxima dos mínimos semanais ES10YT=RR , PT10YT=RR .
(Por Elizabeth Howcroft; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)