LISBOA, 19 Abr (Reuters) - O BPI BBPI.LS deverá apresentar um prejuízo de 138,7 milhões de euros (ME) no primeiro trimestre de 2017, contra um lucro há um ano atrás, penalizado pelo efeito de desconsolidação da posição de controlo no Banco Fomento Angola, segundo o CaixaBI.
"Como resultado da alteração de método de consolidação do BFA, decorrente da perda de controlo por parte do BPI, o banco irá registar um efeito global negativo de cerca de 212 ME", explicou André Rodrigues, analista do CaixaBI.
O BPI vendeu dois pct do BFA à Unitel - que tem Isabel dos Santos como accionista-chave - e esta telecom passou a controlar 51,9 pct, enquanto o banco português reduziu para 48,1 pct e passou a cumprir a exigência do Banco Central Europeu (BCE) que reduzisse a exposição excessiva àquele país africano.
Desde Dezembro de 2014, o BCE vinha exigindo ao BPI que reduzisse a sobre-exposição aos riscos de Angola, país que as autoridades europeias deixaram de considerar ter a mesma equivalência de supervisão.
Tal implicou passar a ponderar aquele risco a 100 pct, quando antes o BPI tinha apenas de provisionar entre zero pct e 20 pct da exposição.
O BPI vai divulgar os resultados consolidados do primeiro trimestre de 2017 a 26 de Abril, após o fecho de Bolsa.
Em termos recorrentes, o BPI é visto apresentar uma subida do lucro de 61 pct para 73,6 ME.
A margem financeira, diferença entre juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos, deverá aumentar 7,4 pct para 101,6 ME. As provisões e imparidades de crédito deverão descer 9,2 pct para 18,2 ME. O produto bancário terá aumentado 14,5 pct para 182 ME.
A 8 de Fevereiro, o Caixabank disse que concluiu com sucesso o 'takeover' sobre o BPI e passou a controlar 84,52 pct do segundo maior banco cotado de Portugal, dando a este estabilidade accionista, dimensão e músculo de capital para a sua expansão e crescimento. Esta recomendação de investimento foi distribuída hoje aos clientes do CaixaBI. Deve consultar este documento de research integralmente, nomeadamente quanto ao 'disclaimer', solicitando-o à casa de investimento que o elaborou.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)