Investing.com - A bolsa de Lisboa encerrou o mês de agosto em baixa, com um dos piores desempenhos entre as praças europeias de referência. Pela quarta vez em cinco sessões o mercado português esteve a negociar em terreno negativo e o PSI20 cedeu 1,57% para os 5.807,76 pontos, com apenas quatro cotadas em alta, 14 em baixa e duas inalteradas.
O setor da banca, mais exposto ao risco da República, castigou a praça nacional, no dia em que os juros da dívida soberana se ressentiram com o chumbo do Tribunal Constitucional ao diploma de mobilidade no Estado.
Os dados económicos sobre o mercado de trabalho parecem não ter tido grande impacto junto dos investidores. O Eurostat anunciou hoje que a taxa de desemprego em Portugal caiu 0,2 pontos percentuais para 1,65%. Por outro lado, o Instituto Nacional de Estatística anunciou que as vendas a retalho abrandaram o ritmo de contração dos últimos meses, recuando 2,3% em termos homólogos em julho face a uma queda de 2,6% no mês anterior.
O índice de produção industrial inverteu, no entanto, para terreno negativo em julho com uma contração de 2,3% em termos homólogos.
No setor financeiro foi o BES quem liderou as perdas com as ações a valerem 0,794 euros fruto de uma queda de 5,92%. BPI e BCP depreciaram 4,44% e 3,03% para os 0,926 euros e 0,096 euros respetivamente. Só o ESFG se manteve no "verde" com uma alta de 0,19% para os 5,26 euros. Os papéis do Banif permaneceram, uma vez mais, estáveis nos 0,011 euros.
O peso pesado Galp regrediu 2,04% para 12,735 euros. A EDP e a subsidiária EDP Renováveis agravaram as perdas no setor energético com desvalorizações de 1,15% e 0,63% para os 2,674 euros e 3,792 euros respetivamente.
A bolsa de Lisboa só não afundou mais porque a Mota-Engil travou as perdas. Ontem a empresa anunciou um aumento de 13,2% dos lucros para 20,7 milhões de euros no primeiro semestre do ano. A cotada encerrou a semana com uma alta de 0,55% nos 2,745 euros.
A Portugal Telecom valorizou 0,25% para 2,857 euros por ação, mas foi caso único no setor porque a Zon e a Sonaecom recuaram 0,36% e 0,78% respetivamente.
As restantes bolsas europeias também fecharam a semana com perdas, à exceção da praça de Atenas. O índice Eurostoxx 50, que representa as principais empresas da Zona Euro, cedeu 1,34% para os 2.721,37 pontos.
Madrid liderou as perdas com o IBEX a cair 1,60%. O MIB italiano perdeu 1,32%, na mesma proporção que o CAC francês. O DAX alemão desvalorizou 1,12% e o FTSE londrino 1,08%.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street mantinha-se me terreno negativo. A subida do consumo privado, em julho, prometia outro cenário, mas os receios em torno das consequências de uma intervenção militar na Síria estavam a falar mais alto.
François Hollande, o presidente francês, disse estar pronto para responder à utilização de armas químicas em Damasco e adiantou que conversaria com Barack Obama sobre essa matéria, numa altura em que os Estados Unidos buscam apoios da comunidade internacional.
O índice industrial Dow Jones cedia 0,23% e o tecnológico Nasdaq 0,53%. O S&P500 regredia 0,29%.