Investing.com - A pressão mantém-se sobre os mercados internacionais, com a possibilidade de uma ofensiva militar à Síria que envolva os Estados Unidos e os países europeus naquela nação.
A concretizar-se, o ataque surge depois da alegada utilização, na passada quarta-feira, de armas químicas contra civis por parte do regime liderado por Bashar al-Assad, nos arredores de Damasco. Mais de mil pessoas perderam a vida.
O dia negro de ontem ameaça por isso mesmo manter-se ao longo desta quarta-feira. A bolsa de Lisboa abriu, uma vez mais, a ceder à pressão externa, em terreno negativo. O PSI20 mantinha-se abaixo dos 6.000 pontos, a recuar 0,83% com três cotadas em alta, 16 em baixa e uma inalterada.
À semelhança do que aconteceu ontem, o setor da banca voltava a castigar a praça nacional com os títulos do BCP a liderarem as perdas com um tombo de 2,02% para os 0,097 euros. BES e BPI recuavam 1,45% e 1,54% para cotar nos 0,818 euros e 0,958 euros respetivamente. Com uma subida de 0,38% para os 5,26 euros, só o ESFG escapava ao contágio. Os papéis do Banif mantinham-se inalterados nos 0,011 euros.
Com quedas acima de 1% estavam também a Zon Multimédia, a ceder 2,41% para os 4,056 euros, e a Sonaecom, a ceder 2,1% para 1,772 euros por ação. De forma mais modesta, a Portugal Telecom regredia 1,17% para os 2,784 euros.
A Galp impedia maiores perdas no setor energético, somando 0,28% para os 12,655 euros, enquanto a EDP e a subsidiária EDP Renováveis cediam 0,74% e 1,26% para os 2,654 euros e 3,683 euros respetivamente.
A Mota-Engil, que apresenta amanhã resultados referentes ao primeiro semestre do ano, mantinha o ciclo de quedas. Os títulos da empresa desvalorizavam 1,47% para os 2,623 euros. A Jerónimo Martins acompanhava a tendência regredindo 0,89% para os 15,065 euros por ação.
Lá fora, a "maré vermelha" mantinha-se com os investidores a perderem o apetite pelo risco e a apostarem em outros ativos em vez de ações. O índice Eurostoxx voltava a recuar, 0,20% para os 2.743,84 pontos.
Só Itália escapava à espiral negativa instalada no velho continente, apesar do cenário de uma crise política que ameaça o frágil Governo de Enrico Letta. Os apoiantes de Silvio Berlusconi, condenado por fraude fiscal, ameaçam abandonar o executivo se o Partido Democrático do primeiro-ministro votar a favor da expulsão do antigo chefe de Governo do Senado.
Esta quarta-feira, o MIB avançava 0,71%, no mesmo dia em que o Tesouro italiano tenta colocar 8.500 milhões de euros em obrigações a 6 meses.
Este era no entanto um caso isolado entre as restantes praças de referência. Madrid recuava 0,49% e Atenas 0,84%. O DAX alemão cedia 0,36%, numa altura em que se sabe que o índice de confiança do consumidor da Alemanha medido pela GfK recuou em setembro pela primeira vez em oito meses.
O índice caiu para 6,9 pontos em setembro face aos 7,0 pontos em agosto. O resultado ficou abaixo das expectativas dos economistas, que apontavam para um ligeiro aumento para 7,1 pontos.
O CAC francês recuava ligeiramente, 0,06%, e o FTSE londrino 0,29%. De acordo com o “The Guardian”, David Cameron agendou uma sessão extraordinária no Parlamento para amanhã, com a questão Síria a dominar a agenda. Um porta-voz do primeiro-ministro britânico admitiu que Londres poderá participar numa “resposta proporcional”, na sequência das declarações do secretário de Estado norte-americano John Kerry.