A última semana voltou a mostrar um contexto de subida nas yields a 10 anos nos EUA e na Alemanha. Na área do euro, a leitura preliminar do índice harmonizado de preços no consumo referente ao mês de janeiro divulgada pelo Eurostat não desapontou as expectativas (taxa de variação homóloga de 1,0%, depois de excluir alimentação e energia). Nos EUA, o Comunicado da reunião de janeiro do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA reconheceu o sólido ritmo de crescimento do emprego, consumo das famílias e investimento, o que justifica "adicionais" subidas graduais na fed funds rate. Para além de ser esperada uma subida de 25 pontos de base na fed funds rate para a reunião de 20/21 de março, os investidores reavaliaram as suas expectativas ao longo das últimas semanas no sentido de anteciparem 3 subidas em 2018, em linha com a mediana dos participantes do Comité na reunião de dezembro. Nesse sentido, e tendo em conta a dimensão do movimento já observado, uma aproximação aos 3% por parte da yield a 10 anos dos Treasuries (1% nos Bunds) mereceria a nossa atenção...
O movimento de subida nas yields continua a ser conduzido essencialmente pela componente das expectativas de inflação (como também foi referido no mesmo Comunicado do Comité de Política Monetária da Reserva Federal dos EUA), mas também por uma subida nas taxas de juro reais (mais de 20 pontos de base nos Treasuries e nos Bunds a 10 anos, desde o início do ano).
Neste contexto, a periferia da área do euro continua a mostrar-se sustentada (com destaque para Itália e, principalmente, Espanha). As eleições de 4 de março em Itália permanecem em segundo plano. O enquadramento económico favorável e o ambiente de condições financeiras expansionistas (não obstante a valorização do euro) continuam a revelar-se importantes na perceção de um menor risco de crédito atribuído a estes países. Aliás, a estimativa mensal do indicador €-coin do Banca D'Italia para o PIB na área do euro em janeiro aponta para um ritmo de expansão anualizado de 3,85%, sugerindo a manutenção de um forte crescimento na economia da região no início de 2018.
Dados desapontantes em termos de inflação ou uma mais forte correção nos ativos de risco representarão provavelmente os principais riscos à continuação desta tendência de subida nas yields nos EUA e na Alemanha que tem sido observada nas últimas semanas. Dessa forma, a nossa atenção estará hoje na divulgação do relatório de emprego nos EUA para o mês de janeiro. Na área do euro, a Comissão Europeia divulga as suas projeções de inverno na próxima semana.
Para mais detalhes ver, por favor, o PDF em anexo.