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Análise Semanal de Mercado BiG (EURCAD, GBPUSD, S&P 500)

Publicado 22.01.2019, 20:15
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EURCAD: Par reage positivamente no contacto com a linha de tendência ascendente

EURCAD

O dólar canadiano está a retrair depois da forte valorização no início de Janeiro, manifestando-se na subida de pares como o USDCAD e o EURCAD. A pressão vendedora registada esta semana no crude contribui para este alívio no dólar canadiano: a oferta de petróleo aumentou, sinalizada pela notícia de que a refinação de petróleo na China em 2018 atingiu níveis recorde de 12,1 milhões de barris por dia, reduzindo a dependência da China face aos países da OPEP. As notícias de redução da produção por parte da OPEP e países aliados, como reacção ao abrandamento económico global, parecem estar já descontadas no preço do crude.

O EURUSD atingiu hoje um nível de suporte nos $1,1345 e entraram compradores, pelo que, numa perspectiva semanal, encaramos o posicionamento comprador no euro com optimismo.

Referência técnica: Preferimos um posicionamento ascendente para o EURCAD. A ruptura em alta da cunha descendente confere robustez à nossa visão. Em termos de gestão de risco, sugerimos perdas máximas abaixo dos 1,5050, isto é, abaixo do mínimo do dia de ontem. Em termos de ganhos, consideramos preços abaixo dos 38,2% de correcção de Fibonacci (1,5268), que coincide com uma resistência horizontal.

GBPUSD: Libra tem espaço para corrigir com a fragilidade do governo de May

GBPUSD

Depois da primeira-ministra Theresa May perder de forma pesada a votação do seu acordo para a saída da União Europeia, anunciou ontem alguns ajustes a este mesmo acordo na esperança de conseguir maior apoio parlamentar.

Os opositores de May expressaram algum cepticismo na sequência do líder da oposição Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, acusar a primeira-ministra de estar em negação sobre o incontornável fracasso do seu acordo já condenado aquando a sua criação. O objectivo imediato de May é conquistar conservadores pró-Brexit e o seu aliado da Irlanda do Norte (DUP), embora seja difícil obter este apoio sem a resolução do problema da fronteira entre Irlandas. Dia 29 de Janeiro serão votadas soluções alternativas ao anterior acordo, podendo estas passar por um novo referendo, o que poderá impulsionar a libra. Todavia, até lá é provável assistirmos a uma correcção.

Referência técnica: A linha de tendência descendente assinalada com cor amarela está a ser testada pela quinta vez e apresenta potencial para fazer o par retrair para níveis perto dos 1.285 a curto prazo.

S&P 500: Optimismo eufórico de início de ano catapulta índice para região de forte resistência – reality check

S&P

A perspectiva de eventual resolução do tema que mais assombrou os mercados accionistas em 2018 – guerra comercial entre EUA e China – alimentou o sentimento positivo que tradicionalmente se verifica no início de cada ano (January effect), permitindo ao principal índice bolsista norte-americano uma escalada de cerca de 15% desde os mínimos, em menos de 20 dias de negociação.

A euforia parece estar a dissipar-se, criando espaço para um aumento de discernimento por parte dos investidores. De facto, poucos progressos foram feitos na primeira ronda de negociações entre EUA e China (a segunda está agendada para 30 e 31 de Janeiro), o encerramento parcial de serviços federais nos EUA está quase a atingir um mês e, com mais de 800 mil trabalhadores a não auferir salários, é possível que surta um impacto negativo no consumo (~70% da economia norte- americana) e ontem, o FMI, divulgou uma revisão em baixa das suas estimativas para o crescimento mundial para 2019. Segundo esta instituição, a economia global deverá expandir 3,5% (vs. 3,7% estimado em Outubro), principalmente devido ao abrandamento europeu. A elevada incerteza em torno do Brexit e o risco político na Zona Euro prevalecem, ainda que de forma aparentemente latente.

Referência técnica: O S&P 500 testa actualmente uma zona de confluência de resistências, em plena sobrecompra técnica. Caso o principal catalisador fundamental – época de resultados – desiluda e não haja efectivamente um progresso material nas negociações entre EUA e China, existe uma atractiva relação risco-retorno para a facção vendedora reassumir o controlo.

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