Depois de muita especulação, foi oficializada a Superliga Europeia, com 12 clubes fundadores: AC Milan, Arsenal, Atlético Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham. Em comunicado conjunto, estes emblemas acrescentam que o objetivo é começar a competir o mais depressa possível com um total de 20 emblemas: 15 fundadores mais cinco por rendimento. A competição será disputada a meio da semana e os clubes vão continuar a competir nas suas ligas nacionais. A competição tem já acordado um financiamento de quatro mil milhões de euros da banco norte-americano JP Morgan para assegurar a prova.
A (falta de) verdade desportiva
Ao contrário da Liga dos Campeões, para a qual as equipas têm de se qualificar, a Superliga Europeia incluiria as mesmas 15 equipas todos os anos, com as cinco restantes a terem de qualificar todos os anos. A FIFA já tinha avisado que não reconheceria a competição e que qualquer jogador envolvido não poderia estar no Campeonato do Mundo. Por seu lado, a Uefa, órgão que coordena o futebol na Europa, reiterou o alerta, ao dizer que os jogadores envolvidos seriam proibidos de entrar em todas as outras competições a nível nacional, europeu ou mundial e poderiam ser impedidos de representar suas seleções.
Na sequência destas reações, os fundadores da Superliga dizem que querem manter o diálogo de forma a encontrar as melhores soluções para a Superliga e para o futebol mundial em geral. Realçam ainda que a criação da nova Liga acontece num cenário em que a pandemia acelerou a instabilidade do atual modelo económico do futebol europeu. Durante anos, os clubes fundadores tiveram como objetivo melhor a qualidade e intensidade das provas europeias e, em particular, criar um torneio em que os melhores clubes e jogadores pudessem competir entre eles de forma mais frequente.
Do relvado para os mercados
A efervescência que desta notícia rapidamente ultrapassou os limites do mundo do futebol. O comissário europeu Margaritis Schinas afirmou que a União Europeia deve defender "um modelo europeu de desporto baseado na diversidade e na inclusão", opondo-se ao projeto e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, considerou a proposta "muito prejudicial para o futebol".
Sem surpresa, a agitação chegou rapidamente ao mercado bolsista. Na manhã desta segunda-feira, as ações da Juventus (MI:JUVE) apresentam um crescimento acima dos 15% e as do Manchester United (NYSE:MANU) acima dos 9%. Por cá, o FC Porto recusou alguns contactos informais para participar na Superliga. "Se isso for para a frente, e tenho as minhas dúvidas, a UEFA não irá acabar e continuará a ter provas, as provas que são oficiais", diz o presidente do Porto (LS:FCPP). Como consequência, as ações do clube baixaram 3,55%.
Estes são apenas “os primeiros minutos” de um jogo que se advinha intenso e cheio de emoções, dentro e fora de campo, que faram parte da ordem do dia nos próximos tempos. Será que alguém vai decidir o jogo num golpe de génio ou, o embate será renhido e apenas resolvido nos penaltis?