Bom dia, espero que se encontrem todos bem de saúde e aos restantes níveis do vosso quotidiano. Hoje vamos falar sobre uma “luta” entre políticas de bancos centrais, FED e BOJ, e as suas respetivas moedas USD e JPY. Vamos então prosseguir!
Creio ser de conhecimento público o que têm vindo acontecer, a divisa japonesa, caiu para um nível não visto a algumas décadas em relação à divisa de reserva mundial o, USD, já que o “BOJ” (Banco do Japão) manteve uma política monetária expansionista, ao invés que outros bancos centrais ao redor do mundo começaram a aumentar as taxas de juros de forma agressiva e a reduzir os seus ativos no balanço patrimonial, e em simultâneo, também os seus programas de compras de ativos.
A taxa de câmbio agora cifra-se em torno de 143 Iene por dólar, este movimento é naturalmente impulsado pela diferença entre as taxas de juros reais (ajustadas pela inflação) nos USA e Japão. Pode dizer-se que o Iene é uma “consequência” de políticas divergentes entre os dois bancos centrais. Enquanto o “BOJ” continuar com o seu programa de “Controlo da Curva de Rendimentos” e a Reserva Federal Norte-Americana continuar a elevar as taxas reais dos USA, o caminho do Iene é só um, depreciação frente ao USD.
A medida que o Iene cai, a pressão aumenta do lado do Banco Central do Japão. Por seu lado, os investidores começam a “desconfiar” da força do banco central em manter o seu compromisso sobre o “Controlo da Curva de Rendimentos”, de comprar títulos do governo nipónico com o prazo de vencimento de 10 anos, para fixar o seu rendimento abaixo dos 25 pbs. A resistência do Banco Central do Japão em endurecer as suas políticas e rendimentos de títulos do governo nipónicos é percetível e têm um nome: inflação! A inflação “dentro de portas” permanece uns furos abaixo quando comparada com outros mercados desenvolvidos.
Mas quando se fica “entre a espada e a parede” a situação complica-se, e agora a sustentabilidade desse modelo económico pode estar prestes a ver o seu fim, isto é, a fraqueza do Iene está a contribuir para um aumento de inflação (importada = trazida de fora) e a queda nos salários reais dos consumidores. O BOJ prefere aguentar a situação de pressão que está a viver e esperar que o mercados de câmbio respirem “ar puro” novamente, ao invés de impor uma situação sufocante a sua população, a questão é: será que o estar aguentar uma posição perdedora a espera que se torne uma posição ganhadora, vai agravar a situação, ao invés de a melhorar (esperar por um ponto sufocante, mas mais de “equilíbrio”. O Banco Central quer controlar a situação da melhor maneira sem perder a sua credibilidade.
Obrigado!